Em entrevista na manhã desta sexta-feira (12), o vereador André Kamai (PT) classificou como um golpe contra os trabalhadores a aprovação, na madrugada, do projeto que privatiza mercados públicos de Rio Branco. A votação ocorreu sob pressão de secretários municipais que, segundo o parlamentar, invadiram a Câmara às 3h30 da manhã para garantir a aprovação de um projeto que ninguém da população havia pedido — mas que claramente interessa a alguém.
Para Kamai, a medida representa um ataque direto aos feirantes, produtores rurais e famílias que dependem dos mercados para sobreviver. “Qualquer processo de privatização é prejuízo para quem precisa de política pública”, afirmou. Ele explica que, quando o Estado abandona seu papel e entrega o patrimônio público ao lucro privado, “fica mais caro para essas pessoas ficarem lá”, expulsando os mais pobres em favor de um mercado “de luxo, para atender turistas”.
O vereador denuncia ainda a lógica perversa da gestão: “Você pega dinheiro público, investe, deixa tudo bonito e entrega para a iniciativa privada ganhar dinheiro nas costas do trabalhador”. Segundo ele, a prefeitura só faz pressão quando o objetivo é agradar empresários ou grandes grupos — jamais para ampliar políticas sociais. “Quando é para beneficiar o povo, não vem ninguém”, criticou.
A sessão que aprovou a privatização, afirma Kamai, foi marcada por atropelos e um orçamento municipal “contra o povo”, que reduz verbas de infância e não garante proteção às mulheres vítimas de violência. “Infelizmente, não reflete a necessidade do povo”, concluiu.
