Os feirantes do Mercado Elias Mansour realizam, na manhã desta quinta-feira (11), protestos contra a grave queda nas vendas e contra a possibilidade de privatização do mercado municipal proposta pelo prefeito Tião Bocalom. Em ato de manifestação, o grupo bloqueou a Avenida Benjamin Constant, uma das principais vias de Rio Branco, causando transtornos significativos ao trânsito da região central.
De acordo com a RBTrans, agentes que estavam na entrada do Terminal Urbano tiveram de realizar intervenções emergenciais e redirecionar o fluxo de veículos para outras avenidas, a fim de evitar congestionamentos ainda maiores. O bloqueio durou parte da manhã e chamou a atenção de motoristas e comerciantes do entorno.

Os feirantes afirmam que as vendas despencaram entre 70% e 90%, gerando prejuízos que já comprometem a subsistência de dezenas de famílias. Muitos relatam que produtos são perdidos por falta de compradores e que, diante da crise, há trabalhadores se endividando para manter seus boxes abertos.
Além da queda drástica no movimento, os comerciantes protestam contra a possível privatização do Mercado Elias Mansour, medida que, segundo eles, ameaça direitos históricos e pode encarecer a permanência no local. Os feirantes também reclamam da falta de manutenção, de problemas estruturais e da dificuldade de atrair consumidores diante das atuais condições de funcionamento.

“Não temos como continuar assim. As vendas caíram quase 90% e ninguém nos apresenta uma solução. É impossível trabalhar desse jeito”, disse uma feirante.
O grupo cobra diálogo efetivo com o poder público, transparência sobre qualquer proposta de privatização e ações imediatas para recuperar o fluxo de clientes no mercado.

Feirantes seguem há quase 2 anos em galpão improvisado e temem privatização anunciada pela prefeitura
A rotina dos feirantes do Mercado Elias Mansour continua marcada pela incerteza e pela falta de condições adequadas de trabalho. Nesta quinta-feira, durante entrevista ao Folha do Acre, o feirante Geovan descreveu o cenário vivido por quem usa diariamente a estrutura improvisada oferecida pela Prefeitura de Rio Branco. Segundo ele, já são quase dois anos aguardando uma solução definitiva.
“Estamos há quase dois anos nesse galpão improvisado. Enquanto isso, uma feira segue a céu aberto no Terminal e a gente continua sendo pressionado e preocupado com essa privatização que o prefeito fala. É um absurdo”, afirmou.
O galpão utilizado atualmente pelos trabalhadores foi apresentado como medida temporária, mas tornou-se permanente sem que a prefeitura apresentasse um plano claro de conclusão das obras do mercado. A situação se agrava nos dias de chuva ou calor intenso, quando o espaço improvisado não oferece segurança nem conforto para feirantes ou consumidores. Já a parte dos feirantes que permanece no Terminal lida diariamente com sol, poeira, falta de higiene adequada e riscos sanitários evidentes.

Apesar da precariedade das condições, a Prefeitura de Rio Branco tem avançado no discurso sobre privatizar espaços públicos de comercialização, incluindo feiras e mercados. Para os trabalhadores, a proposta chega no pior momento e sem diálogo transparente com as categorias. Segundo relatos, há preocupação de que a privatização resulte em custos adicionais, perda de autonomia e até impossibilidade de permanência no local.
Geovan resume o sentimento dos colegas como imensa insegurança sobre o futuro. “Estamos tentando sobreviver no improviso e agora ainda somos ameaçados com uma mudança que ninguém explicou direito”, disse.
Enquanto isso, comerciantes seguem divididos entre o galpão improvisado e a feira a céu aberto, ambos inadequados para atividades que movimentam a economia local e abastecem milhares de famílias todos os dias.
A Prefeitura de Rio Branco foi contactada através da Secretária de Comunicação, mas até o fechamento desta edição não havia resposta. O espaço segue aberto e assim que for enviada a nota, o jornal publicará o contraditório.

