O deputado federal Coronel Ulysses (União Brasil) fez críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e às políticas adotadas nas áreas econômica, social e de segurança pública. O parlamentar classificou o atual cenário político do país como um período de “falta de liberdade” e de “ditadura da toga”, durante entrevista ao programa Gazeta Entrevista, da TV Gazeta, exibida nesta sexta-feira, 26.
Segundo Coronel Ulysses, o governo federal teria sido “colocado para destruir o país” e não teria interesse no desenvolvimento econômico e social do Brasil. Em sua avaliação, o ano de 2025 representa um dos piores momentos da história recente do país. “Nós estamos passando agora o ano de 2025, um dos piores momentos que esse país poderia estar passando, com maior rombo fiscal desde o plano real”, afirmou, ao comparar a atual gestão com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O deputado disse que Bolsonaro teria deixado um superávit de R$ 54 bilhões, enquanto o atual governo já teria ultrapassado esse valor em déficit, chegando, segundo ele, à casa de um trilhão de reais. “É um absurdo o que nós estamos passando. Falta de liberdade, censura, ditadura da toga. Nós realmente pegamos um mandato muito difícil”, disse.
O parlamentar também criticou decisões do Judiciário e citou os desdobramentos dos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele mencionou a permanência de pessoas presas que considera inocentes, citando nominalmente casos como o de Débora e de Clézão, atribuindo responsabilidade ao ministro Alexandre de Moraes. Além disso, afirmou que práticas de corrupção teriam retornado ao país, mencionando investigações envolvendo o INSS e instituições financeiras, além de denúncias que, segundo ele, atingiriam o próprio STF.
Apesar das críticas, Coronel Ulysses destacou sua atuação parlamentar e afirmou que tem se posicionado de acordo com a vontade de seus eleitores. “Eu sou um parlamentar que tem votado de acordo com a vontade da população, porque o meu mandato não me pertence, pertence ao povo acreano, aquelas pessoas que me elegeram e eu não posso votar contra esse povo”, declarou.
Segundo ele, a maioria dos projetos apresentados pelo governo federal no Congresso Nacional seria prejudicial à população, citando propostas relacionadas a aumento de impostos, mudanças em benefícios sociais e pautas que classifica como ideológicas, como aborto e liberação de drogas. “Nós temos lutado contra tudo isso. É muito difícil, porque a gente está lá [no Congresso] para trabalhar e tentar endurecer as leis contra a criminalidade. Estamos passando por tempos tenebrosos e a nossa luta só se multiplicou. Essa é a maior dificuldade dentro dessa legislatura, desse mandato, mas não estamos deixando nada disso de graça, estamos indo para cima”, destacou.
Na área da segurança pública, o deputado afirmou que o setor sofre com a falta de investimentos e criticou o contingenciamento de recursos federais. Ele apontou que, diferentemente da saúde e da educação, a segurança não possui verba obrigatória no orçamento. Coronel Ulysses também criticou a atuação do Ministério da Justiça, afirmando que o ministro Ricardo Lewandowski não teria preparo técnico para a função. Segundo ele, houve redução de mais de R$ 500 milhões em recursos destinados ao combate aos crimes transfronteiriços, o que afeta diretamente o Acre, que faz fronteira com a Bolívia e o Peru, grandes produtores de drogas.
“Nós estamos sendo muito prejudicados por isso. Se for olhar, essa é uma pauta do governo federal e o governo estadual está tomando para si porque se não, vai virar um caos”, alegou o deputado.
O parlamentar afirmou que tem destinado grande parte de suas emendas para a segurança pública no estado. De acordo com ele, já foram encaminhados cerca de R$ 90 milhões em emendas parlamentares para o setor ao longo de três anos. “Hoje, a segurança do estado do Acre tem encaminhado com os recursos que nós temos colocados. Se nós não estivéssemos colocando esses recursos, nós estaríamos um caos. Então, eu tenho olhado com muito carinho, muito cuidado para a segurança da população, porque eu sei o que a tropa sente na ponta e sei o que a população passa se não tiver uma viatura, armamento, equipamento para combater o crime, capacitação profissional, treinamentos policiais para atender com melhor qualidade as ocorrências e realizar as operações”, declarou.
Ao comentar o cenário político nacional, Coronel Ulysses declarou apoio a uma eventual candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Presidência da República. Ele afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria “preso injustamente” e que seu grupo político seria alvo de perseguição. Para o deputado, o atual governo tem promovido aumento da miséria e da dependência de programas sociais, sem investir na geração de emprego e renda.
“Com certeza, Flávio Bolsonaro é um político que tem trabalhado em prol do Brasil, já demonstrou competência e é um parlamentar eficiente no Senado. É uma pessoa de confiança do próprio presidente Bolsonaro, que, segundo ele, está preso injustamente, sem provas e sem jamais ter cometido crimes de corrupção ou qualquer outro delito. Para Ulysses, a prisão se sustenta em uma narrativa motivada pelo receio de que Bolsonaro volte à Presidência, lembrando que, durante seu governo, o país não enfrentava o nível de corrupção que, na avaliação dele, existe hoje. ‘Entendo que Flávio Bolsonaro é um excelente nome para a Presidência e espero que a população enxergue a necessidade de mudar o atual governo, que já deu, já basta e vem causando prejuízos ao Brasil”, afirmou Ulysses.
No âmbito estadual, o parlamentar reafirmou apoio ao governador Gladson Cameli, destacando avanços principalmente na área da segurança pública durante sua gestão. Ele relembrou que, quando atuou como comandante-geral da Polícia Militar e diretor operacional da Secretaria de Segurança Pública, o Acre teria reduzido significativamente os índices de homicídio.
“Entendo que o governo Gladson é um governo que tem se saído bem, tanto é que ele foi reeleito, a população entende que ele governou bem, por isso deu um segundo mandato para ele, e a gente vê ele hoje também despontando como um dos que estão à frente na questão do Senado. Então, quem nos julga é a população. A população está julgando isso que é importante. A minha opinião é até comprometedora porque eu sou um parceiro do governo”, destacou o parlamentar.
Sobre as eleições de 2026, Coronel Ulysses afirmou que pretende disputar a reeleição para deputado federal. Segundo ele, a decisão faz parte de um planejamento estratégico e não de improviso, apesar de seu nome aparecer em pesquisas para outros cargos. “Eu gosto de fazer as coisas planejadas. Não acredito no acaso. Nós temos uma estratégia e nosso foco hoje é a reeleição para deputado federal. Eu entendo que o Acre precisa ainda ter um deputado que possa ajudar muito nessa questão da segurança, a questão de servir, de proteger, de cuidar, de fazer os embates necessários contra um governo comunista, esquerdista, que tende a destruir nosso país, um deputado que consiga combater, e é o nosso caso”, concluiu.
