As chuvas intensas registradas nos últimos dias no Acre têm provocado impactos diretos no campo, com ramais intrafegáveis, comunidades rurais isoladas e perdas significativas na produção agrícola, especialmente em áreas próximas aos rios. O excesso de água dificulta o acesso às propriedades e compromete o escoamento dos alimentos, refletindo também no abastecimento da capital.
Em Rio Branco, a Defesa Civil Municipal registrou 44,40 milímetros de chuva nas últimas 24 horas. O volume elevou rapidamente o nível do Rio Acre, que atingiu 10,19 metros na manhã desta sexta-feira, conforme monitoramento da plataforma “De Olho no Rio”, da Prefeitura. O acumulado de dezembro já ultrapassa a média prevista para todo o mês.
Produtores rurais relatam que, apesar de o período favorecer o plantio e a formação de pastagens, os prejuízos superam os benefícios. Municípios como Acrelândia e Porto Acre, além de áreas rurais de Rio Branco, enfrentam problemas com atoleiros, alagamentos e pontes danificadas, deixando ramais e comunidades isoladas. Em algumas localidades, o acesso está completamente interrompido.
Outro impacto recorrente é a perda de lavouras, principalmente de macaxeira, banana, melancia e hortaliças cultivadas às margens dos rios. Com a elevação rápida das águas, parte da produção é destruída antes da colheita. Mesmo quando conseguem colher, muitos agricultores não conseguem transportar os produtos devido às condições dos ramais.
As dificuldades no campo já afetam o Ceasa de Rio Branco, onde comerciantes relatam redução na oferta de produtos e queda no movimento. A falta de mercadorias compromete tanto a venda quanto a presença de clientes.
De acordo com a Defesa Civil, o cenário deve persistir ao longo da segunda quinzena de dezembro, influenciado pelo fenômeno La Niña, que intensifica a frequência e a duração das chuvas. A previsão indica continuidade das precipitações, mantendo o alerta para novos transtornos nas zonas urbana e rural.
Com informações do ac24agro

