O secretário de Governo, Luiz Calixto, afirmou à reportagem da Folha do Acre que o governador Gladson Cameli não pretende ceder à pressão de setores políticos que buscam retirar o apoio dado à pré-candidatura da vice-governadora Mailza Assis ao governo do Acre.
Segundo Calixto, o compromisso do Palácio Rio Branco com Mailza é sólido, público e irreversível. “Ela tem o apoio do governador, do seu grupo. Ele não cederá pressão. Só Deus pode fazer ela desistir do legítimo direito de ser candidata”, declarou.
A afirmação surge após veículos de imprensa noticiarem que o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, estaria articulando para receber o apoio oficial do governo estadual em sua pré-candidatura ao Palácio Rio Branco.
Descontentamento crescente no grupo de Gladson
Integrantes do núcleo político do governador demonstram forte desconforto com as recentes movimentações atribuídas a Bocalom. Uma liderança próxima ao governo, ouvida pela Folha do Acre, afirmou que o prefeito estaria tentando capitalizar força política dentro da base sem reconhecer o papel determinante de Gladson em sua própria vitória eleitoral. “Ele se arroga de ter ganhado a eleição, mas esqueceu que antes do governador entrar na campanha dele ele tava 20 pontos atrás do Marcus Alexandre. Ele esqueceu isso como esquece tantas outras coisas”, disse a fonte.
A lembrança refere-se ao cenário eleitoral de 2020, quando Bocalom enfrentava ampla desvantagem nas pesquisas antes da entrada de Gladson Cameli e de todo o aparato governista no processo.
Palácio mantém posição e reforça unidade interna
Com a sinalização de Calixto, o governo tenta encerrar rumores de divisão interna e afastar especulações sobre possíveis rearranjos na base. A leitura generalizada entre aliados é de que Mailza Assis vem fortalecendo sua pré-candidatura e que a desistência só seria cogitada em caso de “interferência divina”, segundo a expressão usada pelo secretário.
A fala de Calixto também é interpretada como um recado direto a Bocalom de que o Palácio não aceitará imposições e que a candidatura de Mailza será mantida até as convenções.
Fontes consultadas pela reportagem afirmam ainda que há irritação crescente dentro do grupo de Gladson com movimentos considerados “incompatíveis com a lealdade esperada”.
