As rodovias do Acre aparecem entre as piores condições de tráfego do Brasil, segundo levantamento divulgado na última quarta-feira, 17, pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). De acordo com a pesquisa, as dez estradas mais mal avaliadas do país são administradas pelo poder público, e nove delas estão sob gestão de estados das regiões Nordeste, Norte e Sul.
No ranking, o Acre aparece com duas rodovias em situação crítica. A AC-010 ocupa a primeira colocação entre as piores do país, enquanto a BR-364, no trecho acreano, figura na sétima posição. Ambas são administradas pelo poder público e enfrentam problemas estruturais que comprometem a trafegabilidade e a segurança dos usuários.
Ainda conforme o estudo, as rodovias com melhor avaliação concentram-se majoritariamente na região Sudeste e, em sua maioria, são concedidas à iniciativa privada. Entre as dez melhores do país, predominam estradas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, com exceção de uma rodovia paulista de gestão pública.

O presidente da CNT, Vander Costa, explicou que a precariedade observada em estados do Norte e Nordeste está relacionada à baixa atratividade econômica para concessões e à dificuldade de captação de investimentos públicos. Segundo ele, a combinação entre menor desenvolvimento econômico e ausência de ações políticas voltadas à infraestrutura acaba limitando a chegada de recursos para manutenção e melhoria das rodovias.
Costa destacou ainda que estados com maior alinhamento político junto ao governo federal e com atuação mais efetiva de deputados e senadores tendem a atrair mais investimentos, inclusive por meio da destinação de emendas parlamentares para obras de infraestrutura rodoviária. Para reduzir as desigualdades regionais, o presidente da CNT defendeu a ampliação dos investimentos públicos nas áreas com piores indicadores.
A pesquisa também chama atenção para o cenário orçamentário dos próximos anos. O orçamento de investimentos previsto para o Ministério dos Transportes em 2026 sofreu redução, passando de R$ 15,91 bilhões em 2025 para R$ 13,10 bilhões no próximo ano. Apesar da queda no valor total, aumentou a proporção de recursos próprios da pasta destinados a investimentos, que subiu de 49,2% para 71,1%.
