Com bairros alagados, famílias desalojadas e prejuízos materiais se repetindo a cada período de chuvas, a fragilidade do saneamento básico em Rio Branco voltou ao centro do debate público nesta sexta-feira (26). Diante do cenário, o senador Alan Rick afirmou que os impactos das enchentes poderiam estar sendo mitigados caso um projeto estruturante de saneamento e drenagem urbana não tivesse sido paralisado pela prefeitura da capital.
Em manifestação pública, o parlamentar destacou que situações como enxurradas e alagamentos têm origem em fenômenos naturais, mas que seus efeitos podem e devem ser reduzidos por meio de planejamento, prevenção e responsabilidade do poder público. Segundo ele, um dos pilares do saneamento básico é justamente a gestão das águas pluviais e fluviais, com investimentos em drenagem e macrodrenagem urbana.
Alan Rick relembrou que, desde o período em que atuava como deputado federal, trabalhou para viabilizar recursos e articulações técnicas junto ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, com o objetivo de estruturar um projeto amplo de saneamento para o município. A parceria, segundo o senador, foi construída desde 2021 e previa estudos e ações capazes de reduzir riscos e proteger a população.
De acordo com o senador, o contrato para dar início aos estudos de parte desse projeto — começando pelos resíduos sólidos chegou a estar pronto, sobre a mesa do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, aguardando apenas assinatura para sair do papel. “Era o primeiro passo para transformar planejamento em obra e obra em proteção para as pessoas”, afirmou.
A crítica central feita por Alan Rick é que a não continuidade do projeto não se deu por falta de recursos ou viabilidade técnica, mas por decisão política. Para ele, a resistência da gestão municipal em levar o plano adiante, classificada nos bastidores como uma “birra política”, contribuiu para que a cidade permanecesse vulnerável a eventos climáticos que se repetem ano após ano.
Enquanto moradores enfrentam perdas, insegurança e transtornos causados pelos alagamentos, o senador reforçou que soluções existem, já foram adotadas com sucesso em outras cidades do Brasil e do mundo, e podem ser implementadas em Rio Branco. “Não é aceitável assistir a população sofrer com falta d’água, enchentes ou cheias e não buscar soluções”, declarou.
A discussão reacende o embate entre planejamento de longo prazo e decisões políticas imediatistas, em um contexto no qual os efeitos da falta de saneamento básico recaem diretamente sobre quem vive nas áreas mais vulneráveis da capital acreana.

