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Acre registra redução de 22% no abandono de tratamento para HIV; mais de 300 pacientes ainda estão fora do acompanhamento

A taxa de abandono do tratamento para o HIV no Acre apresentou queda significativa em 2025. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) apontam redução superior a 22% no número de pacientes que interromperam o acompanhamento médico. Apesar do avanço, mais de 300 pessoas ainda permanecem fora do tratamento considerado essencial para o controle da infecção.

Segundo Jozadaque Beserra, chefe do Núcleo de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) da Sesacre, a redução é resultado de ações de conscientização e busca ativa. “Até 2024, tínhamos cerca de 405 pessoas em abandono. Neste ano, conseguimos reduzir para 317, o que representa uma queda de aproximadamente 22%”, afirmou.

A mobilização do Dezembro Vermelho, que inclui palestras, testagem rápida e campanhas de prevenção, integra a estratégia de sensibilização. Beserra explica que o objetivo é reforçar o vínculo com os pacientes e localizar aqueles que interromperam o tratamento, garantindo o retorno ao acompanhamento regular.

Além da queda no abandono, o Acre também registra redução no número de novos casos de HIV nos últimos três anos. Em 2023 foram 317 registros; em 2024, 353; e em 2025, até novembro, o número chegou a 283. Os meses com maior incidência neste ano foram junho, com 56 casos, seguido de setembro (28) e outubro (51).

O atendimento às pessoas vivendo com HIV no estado é realizado pelos Serviços de Assistência Especializada (SAE), presentes em três municípios: Cruzeiro do Sul, no Posto do Agricultor; Rio Branco, na Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre); e Sena Madureira, na Unidade Básica de Saúde Maria das Dores de Paula, no bairro Bosque.

Outro fator que contribui para a redução de novos casos é a ampliação do uso da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), medicamento que previne a infecção em pessoas com maior risco de exposição. Disponibilizada gratuitamente para indivíduos a partir de 15 anos, mediante avaliação profissional, a PrEP tem eficácia de até 95% quando associada ao uso de preservativos.

“Realizamos diversas capacitações nos municípios sobre a PrEP e sua importância. A tendência é que, com a expansão do acesso, os casos de transmissão continuem diminuindo nos próximos anos”, destacou Beserra.

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