Levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o Acre permanece entre os estados brasileiros com menor nível de acesso à internet, mesmo diante do avanço expressivo da conectividade no país ao longo da última década.
Os dados fazem parte do Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC), com base na PNAD Contínua – módulo de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), considerando o período entre 2013 e 2024. Segundo o estudo, em 2024, apenas 82% da população acreana com 10 anos ou mais havia acessado a internet ao menos uma vez nos três meses anteriores à pesquisa.
O índice coloca o Acre entre os três últimos colocados no ranking nacional, ao lado do Maranhão e do Amazonas. Na outra ponta da lista aparecem o Distrito Federal, Goiás e Rondônia, que registraram os maiores percentuais de acesso à rede no país.
Em nível nacional, o acesso à internet alcançou 89,2% da população com 10 anos ou mais, o equivalente a 165,1 milhões de pessoas. O crescimento é contínuo desde 2016, quando pouco mais de dois terços dos brasileiros utilizavam a rede. O telefone celular segue sendo o principal meio de conexão, presente na rotina de quase todos os internautas, enquanto a televisão conectada ganhou relevância nos últimos anos. Em contrapartida, computadores e tablets perderam espaço como ferramentas de acesso.
O estudo também revela que quase 89% dos brasileiros possuíam celular de uso pessoal em 2024, com maior presença entre mulheres, adultos de 30 a 59 anos, pessoas brancas e indivíduos com ensino superior completo.
Quanto ao uso da internet para fins culturais e de entretenimento, assistir a vídeos, séries e filmes lidera as preferências, seguido pelo consumo de músicas, rádios e podcasts. A leitura de conteúdos informativos, como notícias e livros, também aparece entre as atividades mais frequentes, enquanto os jogos eletrônicos têm maior adesão entre crianças e adolescentes.
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o acesso à internet é mais intenso em praticamente todas as modalidades analisadas. Já o hábito de jogar se mostra mais comum entre o público de 10 a 14 anos e entre os homens.
Os números evidenciam que, apesar dos avanços tecnológicos no Brasil, o acesso à internet ainda apresenta fortes desigualdades regionais. No caso do Acre, os dados indicam a necessidade de políticas públicas e investimentos que ampliem a conectividade e reduzam as barreiras ao acesso digital no estado.
