sábado, 20 dezembro 2025

Acre está entre os estados onde as despesas são maiores que a arrecadação, diz Tesouro Nacional

Por André Gonzaga, da Folha do Acre

O Acre aparece no relatório do Tesouro Nacional como um estado de contrastes. Apesar de ampliar recursos para Educação e Saúde, continua preso a dívidas antigas e dependente dos repasses da União.

Entre setembro e outubro de 2025, o território arrecadou R$ 9,79 bilhões, um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2024. As despesas, porém, cresceram ainda mais, chegando a R$ 8,52 bilhões, com alta de 12%. E o saldo positivo caiu de 10% para 8% da receita corrente líquida.

A estrutura dos gastos mostra um orçamento engessado.

Mais da metade, 53%, foi destinada ao pagamento de salários e encargos. Outros 31% cobriram custos de manutenção da máquina pública e apenas 4% foram aplicados em obras e infraestrutura.

Em comparação, o Espírito Santo destinou 15% para investimentos, enquanto o Acre aparece entre os que menos aplicam recursos nessa área.

Na previdência dos servidores, o rombo persiste. O déficit alcançou R$ 475 milhões, equivalente a 5% da receita líquida. O problema é recorrente em outros estados, mas em proporções mais graves, como no Rio Grande do Sul (-15%) e no Rio Grande do Norte (-11%).

Apesar das dificuldades, houve redução de 12% na dívida consolidada, uma das maiores quedas do país, assim como em Mato Grosso (-13%) e Rio Grande do Norte (-15%).

O alívio, no entanto, é parcial. Apenas 45% dos restos a pagar foram quitados, colocando o Acre entre os piores desempenhos, junto ao Amapá (24%) e Minas Gerais (49%).

Na divisão por áreas, o estado se destaca entre os que mais priorizam educação (24%) e saúde (19%), ao lado de Paraná e Amapá. Já em segurança pública, destinou 11%, abaixo de Minas Gerais (20%) e Rio de Janeiro (16%).

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