O Acre registrou mais de 950 casos de HIV nos últimos três anos, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) divulgados nesta segunda-feira (1º) pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). Os números, apresentados no Dia Internacional da Luta contra a AIDS, reforçam que a infecção permanece como um desafio de saúde pública no estado, com impacto persistente sobre a população jovem e do sexo masculino.
Embora os dados de 2025 apontem uma redução em relação ao ano anterior, o volume acumulado revela que a epidemia segue ativa e exige atenção constante. O perfil epidemiológico mantém padrão estável: mais de 70% dos novos casos ocorrem em homens (72% em 2023, 70% em 2024 e 71% em 2025).
A faixa etária mais afetada continua sendo a de jovens adultos entre 20 e 39 anos, mantendo o padrão nacional de vulnerabilidade. Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas direcionadas à prevenção, testagem e tratamento precoce, especialmente entre a população masculina jovem, grupo que apresenta maior resistência ao acesso aos serviços de saúde.
Segundo o chefe do Núcleo de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Jozadaque da Silva, a redução nos casos se deve a múltiplas explicações. “O recuo se dá pelas políticas de prevenção combinadas à ampliação da testagem rápida, oferta crescente da PrEP, além do fortalecimento das redes de atenção destinadas a populações-chave. O estado também investiu na descentralização do diagnóstico e no acompanhamento das pessoas vivendo com HIV”, explicou.
Ainda segundo o chefe, o problema maior atual enfrentado pelos portadores do HIV é a falta de acolhimento. “É a discriminação. Com isso, a pessoa que convive com a infecção acaba se afastando do tratamento, a carga viral – que antes era indetectável – passa a se tornar detectável e a transmissão recomeça. Por isso, é importante o acolhimento”, enfatizou.
