Parlamentares da base e da oposição criticam gestão municipal e cobram licitação urgente do transporte coletivo
Um novo problema mecânico envolvendo um ônibus da empresa Ricco Transportes reacendeu as críticas ao sistema de transporte público de Rio Branco. Durante sessão na Câmara Municipal nesta terça-feira (4/11), vereadores da base e da oposição se uniram para cobrar providências da prefeitura e exigir a abertura de licitação para contratação de uma nova empresa.
O episódio que motivou os discursos foi o rompimento do eixo traseiro de um coletivo da linha Belo Jardim II, que ficou imobilizado na Via Chico Mendes. A imagem do veículo com as rodas soltas na pista foi exibida no plenário e usada como símbolo do que os parlamentares classificaram como “colapso” do serviço.
Mesmo sendo aliado do prefeito Tião Bocalom (PL), o vereador Aiache (PP) fez duras críticas à Ricco. “Essa empresa é um lixo, não merece o respeito da população, nem desta casa e muito menos do Executivo. É um câncer que precisa ser retirado da nossa cidade”, afirmou. Ele também lembrou que a Câmara já aprovou subsídios e empréstimos para renovar a frota, mas que os problemas continuam.
Do lado da oposição, o vereador André Kamai (PT) reforçou que os alertas sobre a precariedade do transporte não são recentes. Ele citou o incidente ocorrido na semana passada, quando um ônibus da mesma empresa soltou fumaça no Terminal Urbano, assustando passageiros. “É isso que queremos evitar. Será que os órgãos de controle vão esperar alguém morrer?”, questionou.
Eber Machado (MDB), outro opositor, também se manifestou. Segundo ele, a capital acreana tem hoje “a passagem mais cara do Brasil e o pior serviço de transporte coletivo”. O parlamentar acusou a prefeitura de omissão e criticou a falta de contrato formal com a empresa. “Já levaram mais de R$ 200 milhões e continuam operando sem qualquer responsabilidade”, disse.
Os três vereadores cobraram que o Executivo envie à Câmara o projeto de lei que autoriza a licitação do transporte público. Eles afirmam que a medida é urgente para garantir segurança aos usuários e permitir que o serviço seja fiscalizado com base em regras claras.
Apesar das divergências políticas, os parlamentares concordaram que a situação atual é insustentável e que a população não pode continuar sendo penalizada por falhas recorrentes. A expectativa é que o debate sobre o transporte coletivo volte à pauta nas próximas sessões.

