Ícone do site Folha do Acre

Vereadores barram homenagem a secretário de Bocalom envolvido em escândalos de superfaturamento e ameaças

Eracides Caetano, condenado pelo TCE e acusado de insultar liderança rural, teve título de cidadão negado pela Câmara de Rio Branco

A Câmara Municipal de Rio Branco rejeitou a proposta de conceder o título de Cidadão Rio-branquense ao secretário municipal de Agropecuária. A homenagem, sugerida pelo presidente da Casa, vereador Joabe Lira (União), não obteve votos suficientes para ser aprovada.

Natural de Taió (SC) e morador do Acre há quase três décadas, Eracides Caetano atua como agricultor há mais de 60 anos e já ocupou cargos públicos em Acrelândia. Apesar da longa trajetória, seu nome foi o único entre os cerca de 40 indicados a ser vetado pelos parlamentares.

A decisão da Câmara ocorre em meio a uma série de polêmicas envolvendo o secretário. Ele foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC) a devolver mais de R$ 200 mil aos cofres públicos por superfaturamento em contratos de reforma de mercados.

Na época, a denúncia foi reforçada pelo vereador Fábio Araújo (MDB). “Não me restou outra alternativa a não ser votar contra. O título é para quem contribui com a cidade, e ele não representa isso”, afirmou o parlamentar.

Segundo Araújo, a gestão na Seagro foi marcada por substituições frequentes de diretores e problemas administrativos.

Além disso, circula nas redes sociais um áudio em que o secretário chama uma liderança de produtores rurais de “babaca” e faz ameaças verbais. A gravação gerou indignação entre representantes do setor e reforçou críticas à sua postura como gestor público.

Após o resultado da votação, Caetano afirmou que respeita a decisão, mas declarou que irá tratar os parlamentares “conforme merecem” quando for procurado. A fala foi interpretada como uma resposta dura à reprovação.

A vereadora Lucilene Vale (PP), aliada do prefeito Tião Bocalom (PL), foi uma das poucas a apoiar a homenagem. Em nota publicada nas redes sociais, ela lamentou o resultado e classificou a rejeição como um desrespeito à história do homenageado e à condução democrática da Câmara – embora a votação respeite os ritos regimentais.

O título de Cidadão Rio-branquense é destinado a pessoas de fora da capital que prestam serviços relevantes à comunidade. Entre os agraciados nesta edição estão a presidente da Fundhacre, Soron Angélica Steiner, o promotor Luis Henrique Correa Rolim e o padre Manoel de Jesus Monte da Costa.

Sair da versão mobile