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Roberto Duarte alerta para avanço do crime organizado na Amazônia e cobra ações urgentes do Governo Lula

O deputado federal Roberto Duarte (Republicanos–AC) fez um pronunciamento contundente na última quarta-feira (26) na Câmara dos Deputados denunciando o avanço acelerado das facções criminosas na Amazônia Legal e a grave omissão do Governo Federal diante do colapso da segurança pública na região. O parlamentar citou dados alarmantes da 4ª edição da pesquisa Cartografias da Violência na Amazônia, divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que evidenciam um cenário de expansão inédita do crime organizado.

Segundo o estudo, 17 facções criminosas atuam hoje na Amazônia Legal. O Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) ampliaram sua presença de forma “avassaladora”: em apenas um ano, o CV saltou de atuação em 128 para 286 municípios. No total, 344 das 772 cidades amazônicas já estão sob influência de grupos criminosos.

No Acre, a situação é ainda mais crítica. O estudo aponta que o estado é o único da Amazônia Legal com presença de facções em 100% dos municípios.

O parlamentar destacou ainda que o Acre se tornou um corredor vital para o narcotráfico internacional — rota da cocaína vinda de Peru, Bolívia e Colômbia. Facções também expandiram atuação para garimpo ilegal, exploração predatória de madeira e pesca clandestina, agravando crimes ambientais e acelerando a destruição da floresta.

Para o deputado, a negligência do Governo Federal representa grave ameaça à soberania do país. Ele criticou a ausência de políticas públicas específicas para a Amazônia nas propostas do Executivo — como a PEC da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. “É inadmissível que nessas iniciativas não haja uma única linha com ações voltadas especificamente para os dilemas da Amazônia, onde, como todos sabemos, o crime mais cresce, prospera e lucra”, declarou.

O deputado defendeu uma reação imediata e coordenada das autoridades públicas, com foco em políticas de segurança adaptadas às particularidades amazônicas, que considerem a geografia, a cultura, as fronteiras vulneráveis da região.

“A hora é agora. Ou o Estado brasileiro assume o controle da Amazônia, ou seremos engolidos pela barbárie. Não permitiremos que a negligência transforme o Acre em um território sem lei”, concluiu.

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