Diretor da unidade afirma que agressor foi expulso e que falta de repasses federais dificulta melhorias
Após denúncias de agressões e ameaças dentro da Casa de Passagem para Migrantes, em Rio Branco, a prefeitura informou que já adotou medidas para reforçar a segurança no local. O diretor da unidade, Ivan Ferreira, confirmou que o estrangeiro envolvido na confusão foi expulso por descumprir regras internas e que o servidor agredido foi orientado a registrar boletim de ocorrência.
O gestor explicou que o abrigo tem recebido um número elevado de deslocados, especialmente vindos de Assis Brasil, cidade na fronteira com o Peru. Segundo ele, o aumento no fluxo tem contribuído para conflitos entre os acolhidos.
“Quando junta muita gente, é natural que ocorram desentendimentos”, afirmou.
Para conter os riscos, o Gabinete Militar passou a realizar rondas noturnas na unidade. No entanto, o diretor ressaltou que não é permitido contratar segurança armada, por restrições legais ligadas aos direitos humanos.
“Estamos abertos ao diálogo com os servidores para fortalecer a segurança e melhorar o ambiente”, disse.
A estrutura recebe pessoas de diversas nacionalidades, como venezuelanos, cubanos e senegaleses, o que, segundo Ferreira, pode gerar choques culturais. Ele também destacou que a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) enfrenta dificuldades financeiras e mantém o espaço apenas com recursos do Executivo.
“Mesmo com um plano de ação aprovado pelo governo federal, ainda não recebemos a segunda parcela dos repasses”, afirmou.
Sobre a Casa de Passagem
O local atende indivíduos em situação de vulnerabilidade e tem sido alvo de críticas por falta de estrutura. Atualmente, o abrigo possui capacidade para até 80 acolhidos, o dobro da estrutura anterior, e conta com 16 dormitórios com banheiros internos, área de convivência e lavanderia.
O imóvel foi locado e reformado, em 2024, com investimento de R$ 60 mil, utilizando mão de obra própria da prefeitura. O espaço é destinado a estrangeiros que estão em trânsito pela capital, com permanência média de até 15 dias, podendo ser renovada conforme avaliação técnica. A gestão municipal afirma que está buscando soluções para garantir a integridade de servidores e do público atendido.
