Novos vídeos ignorados pela investigação levam promotora a pedir nova apuração
O Ministério Público do Acre (MPAC) decidiu reabrir o caso da aposentada Maria José Pereira, de 67 anos, que faleceu após uma abordagem da Polícia Militar (PM) dentro de sua casa, no bairro Pista, em Rio Branco. A decisão foi tomada pela promotora Maria Fátima Ribeiro Teixeira após surgirem gravações que não haviam sido analisadas na apuração anterior.
A operação ocorreu em fevereiro de 2024. Na ocasião, integrantes da corporação entraram na residência sem autorização judicial, alegando que procuravam o filho da vítima, suspeito de furto. No entanto, conforme documentos apresentados pela família, o homem já estava preso havia dois anos. Durante o tumulto, a idosa passou mal, foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e morreu dias depois de um infarto.
Como o processo foi retomado
O caso havia sido encerrado por falta de provas. No entanto, as filhas de Maria José, Márcia e Magna Pereira, procuraram o MPAC e entregaram novos vídeos da ação. Além disso, o Juizado Especial Criminal também encaminhou imagens que mostram os momentos da abordagem.
Ao revisar os documentos, a promotora percebeu que os materiais não foram considerados pela Corregedoria da PM, responsável por investigar a conduta dos militares envolvidos. Por esse motivo, ela determinou que o processo fosse reaberto e que todo o material fosse enviado para nova avaliação.
O que mostram as imagens
As gravações reforçam a versão da família de que houve excesso por parte dos policiais. Em outro processo, as filhas foram acusadas de desacato, mas acabaram absolvidas. Segundo o juiz, elas estavam emocionalmente abaladas, e a postura dos servidores foi desproporcional, o que contribuiu para o descontrole.
Durante a audiência, uma das mulheres relatou que um dos policiais chegou a zombar da situação, dizendo que “o caso já estava arquivado”.
Quem são os citados
Um dos nomes mencionados no boletim de ocorrência é o policial Manoel Ribeiro do Nascimento Neto. Ele é apontado como o responsável por agredir a advogada de defesa Helane Christina, na delegacia, quando ela tentava acompanhar as vítimas. Outros três integrantes da PM participaram da ação, mas ainda não foram identificados publicamente.
O que acontece a partir de agora
Com a reabertura do processo, a Corregedoria terá que analisar os vídeos e documentos que foram ignorados anteriormente. Se for comprovado que houve abuso, os envolvidos podem ser responsabilizados.

