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Móveis que deveriam ser doados a famílias atingigas por cheia estão abandonados pela prefeitura de Rio Branco, denunciam vereadores

Materiais comprados para famílias atingidas por enchentes seguem guardados; parlamentares cobram investigação

Nas redes sociais, a bancada do MDB na Câmara Municipal de Rio Branco denunciou, nesta sexta-feira (7/11), o abandono de móveis e eletrodomésticos adquiridos pelo programa Recomeço, que foi criado pela prefeitura para atender famílias atingidas pelas enchentes de 2023. Durante a fiscalização, os parlamentares encontraram dezenas de itens ainda embalados e sem uso, armazenados em um galpão do Município, apesar da promessa de distribuição feita pela gestão Tião Bocalom (PL).

Participaram da inspeção Eber Machado, Fábio Araújo e Neném Almeida. No local, eles identificaram geladeiras, fogões, camas, colchões, guarda-roupas, ventiladores, travesseiros e três veículos. Segundo os parlamentares, os bens deveriam ter sido entregues às famílias afetadas pela alagação, mas continuam encostados e se deteriorando com o tempo.

Os vereadores também apontaram a ausência de placas de patrimônio em vários equipamentos e levantaram suspeitas sobre o desaparecimento de cerca de 170 televisores. A informação sobre o possível furto foi mencionada por Eber Machado, que cobrou providências das autoridades. “Alô, Ministério Público, alô Tribunal de Contas, cadê vocês?”, questionou.

Fábio Araújo afirmou que continua sendo procurado por moradores que perderam tudo na enchente e nunca receberam os itens prometidos. Neném Almeida reforçou a indignação e defendeu que os materiais sejam entregues imediatamente às famílias que realmente precisam.

Os parlamentares pedem que os órgãos de controle do Estado investiguem o caso e verifiquem se houve falhas na gestão dos recursos e na execução do programa. Até o momento, a prefeitura não se manifestou oficialmente sobre a denúncia.

Na boca do povo

A denúncia gerou forte comoção entre os moradores da capital. Na postagem feita em colaboração pelos três vereadores, a maioria dos internautas criticou a gestão municipal e relatou frustração com o caso.

Ocidoro Oliveira Junior ironizou a situação e sugeriu que os itens só serão distribuídos em período eleitoral: “No próximo ano, que é ano de eleição, e que o Bocalom será candidato, todos esses utensílios domésticos serão entregues!”

Edilene Araújo cobrou explicações do prefeito: “Bocalom, me explica por que esses móveis não foram entregues na Baixada da Sobral? As pessoas perderam tudo!”

João Júnior lamentou a falta de repasse dos equipamentos: “Não deram as TVs para ninguém até hoje!”

Joelma Costa criticou o uso dos recursos públicos e a postura de parte da população: “Que pouca vergonha com o dinheiro público! O povo que mais precisa sem acesso. E o pior é ver pagador de impostos defendendo o prefeito aqui. Que povo sem noção!”

Agda Soares compartilhou sua experiência pessoal: “Eu ganhei só uma cama de solteiro. Aí, eles falaram que o resto iam dar depois. Esse ‘depois’ até hoje… nunca mais voltaram aqui em casa. Que vergonha!”

João Paulo Silva resumiu o sentimento de indignação: “Isso é uma maldade com os alagados!”

As manifestações refletem o descontentamento popular com a condução do programa e reforçam a cobrança por transparência e justiça na distribuição dos bens públicos.

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