Moradores da comunidade Marielle Franco intensificaram, na manhã desta quarta-feira, 5, o protesto iniciado em frente à Casa Civil do Estado, na Avenida Brasil, e bloquearam a ponte Coronel Sebastião Dantas — uma das principais vias que ligam o Segundo ao Primeiro Distrito de Rio Branco.
O movimento, que começou nas primeiras horas do dia, é motivado por insatisfação com o projeto habitacional conduzido na região. Segundo os manifestantes, há quatro anos aguardam a concretização da promessa de entrega das moradias e denunciam a falta de transparência no processo de seleção das famílias contempladas.
Em entrevista à Folha do Acre, o presidente do bairro, Francisco Adeilson, de 52 anos, afirmou que a manifestação tem como alvo a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), envolvido no projeto.
“Estamos protestando contra o MST. Exigimos uma resposta do governo, pois nos sentimos abandonados e prejudicados pelas ações do movimento. Eles prometem moradia para quem pontua, mas essa promessa não se concretiza. Moramos aqui há cinco anos, enfrentando dificuldades e negligência. Queremos uma solução definitiva, para que não vivamos eternamente sob engano”, declarou.
Questionado sobre o retorno das autoridades em relação às reivindicações, Adeilson afirmou que nenhuma resposta foi recebida até o momento. “Até agora, não recebemos nenhuma resposta. Manteremos a manifestação até que nossas reivindicações sejam atendidas.”
O líder comunitário também ressaltou que o protesto não tem a intenção de causar transtornos à população, mas sim de chamar atenção para a situação das famílias. “Nós não estamos aqui para prejudicar ninguém, estamos atrás dos nossos direitos. Eu queria que o povo entendesse isso, porque sei que todos têm o direito de ir e vir, mas nós estamos aqui correndo atrás do nosso direito à moradia”, concluiu.
Até o fechamento desta matéria, o governo do Estado ainda não havia se manifestado oficialmente sobre o caso.