A inauguração da Ponte Jamil Félix Bestene, mais conhecida como Ponte da Sibéria, mudou o ritmo de Xapuri neste domingo (23). Entre autoridades, curiosos e centenas de moradores, estava José Maria, 72, xapuriense desde 1973. Ele chegou cedo, pegou lugar na grade e não escondia a emoção: “Pode até ter gente ansiosa, mas eu era o mais ansioso de todos. Passei minha vida inteira ouvindo falar dessa ponte e ela nunca saía.”
A obra encerra uma espera que atravessou mais de três décadas de promessas e frustrações para a população do bairro Sibéria, que dependia de balsa para cruzar o Rio Acre , serviço lento, sujeito a interrupções e responsável por atrasos constantes na rotina dos moradores
Obra de R$ 47,6 milhões marca novo capítulo em Xapuri
Segundo dados oficiais do governo estadual, a ponte foi orçada em R$ 47,6 milhões, sendo: , sendo R$ 30,9 milhões são em recursos próprios do governo.
A obra é considerada uma das mais complexas e simbólicas das últimas décadas na região do Alto Acre.
De acordo com o IBGE, 43,5% da população de Xapuri vive na zona rural , grupo diretamente beneficiado pela nova ligação, que facilita o escoamento de produção, acesso a serviços e a mobilidade diária de quem antes dependia exclusivamente da balsa.
Inauguração tem clima de festa e emoção
A entrega no bairro Sibéria ganhou clima de celebração. Moradores organizaram um grande churrasco comunitário que reuniu famílias, crianças e trabalhadores para marcar o fim do isolamento que por décadas simbolizou a travessia entre as duas margens.
José Maria não estava sozinho na emoção. Lucimar, moradora antiga da região, também acompanhou o evento. Ela conta que sonhava em passar pela ponte ainda em vida: “Hoje este sonho se realiza”, diz.
