Matheus Camilo carrega anéis do patriarca Gentil Camilo como símbolo de fé e memória
“Isso era do meu pai. Quando ele morreu, eu peguei e faço questão de levar em todas as lutas.” Foi assim que o acreano Matheus Camilo, 25 anos, explicou os dois anéis que pendem de seu pescoço e que atravessaram o continente com ele até Nova Iorque (EUA).
No último sábado (15/11), no Madison Square Garden, esses símbolos de memória estiveram presentes em sua primeira vitória no UFC, diante do russo Viacheslav Borshchev, por decisão unânime dos juízes.
O triunfo não foi apenas esportivo. Para Matheus, foi também espiritual e afetivo. “Desde o começo, ele sempre esteve do meu lado, sempre acreditou em mim. Hoje estou aqui fazendo esse sonho. Fico emocionado”, disse, lembrando do pai, Gentil Camilo, que foi uma das vítimas da Covid-19 em 2020.
Dentro do octógono, o atleta lembra que o combate exigiu adaptação. “Eu queria derrubar e finalizar, mas ele estava muito liso no chão. Então tivemos que mudar a estratégia e estabilizar o jogo em pé”, explicou.
A vitória também marca o retorno do Acre ao mapa do UFC. Desde 2017, quando Francimar Bodão venceu em Londres (Inglaterra), nenhum lutador acreano havia triunfado na disputa.
Após o resultado, o acreano falou diretamente ao público que acompanhou sua conquista. “Aqui é Brasil no peito. Todos, aí, que tem um sonho, nunca desistam de vocês. Eu vim lá de baixo, mas Deus é maravilhoso e a gente tá aqui. Obrigado, galera!”
Matheus Camilo estreou no UFC no ano passado, mas foi derrotado por um rival norte-americano, em Las Vegas (EUA). A primeira vitória veio agora, como resultado de persistência e fé. “Muito grato, estou muito feliz, é como se fosse um sonho pra mim. Nem acredito ainda”, resumiu.

