Entre os apenados está Amair Feijoli da Cunha, condenado pelo assassinado da missionária americana Dorothy Stang.
Rio Branco/AC. No início desta semana (10/11/25), a Justiça Federal no Amazonas condenou Amair Feijoli da Cunha, seu filho Patrick Coutinho da Cunha, José Admir Ferreira e Alexandre Alcantra Costa pelos fatos investigados na Operação Xingu, deflagrada pela Polícia Federal em agosto de 2023.
A Justiça reconheceu que Amair Feijoli, anteriormente condenado pelo envolvimento no assassinato da missionária americana Dorothy Stang, praticou os crimes de integração a organização criminosa, invasão de terras públicas e desmatamento em áreas do sul do Amazonas, sendo apenado a nove anos de reclusão e ao pagamento de 220 dias-multa.
Quanto a Patrick Coutinho, o Judiciário Federal o responsabilizou pelos mesmos crimes de seu pai e, ainda, pelo delito de falsidade ideológica, sendo sua pena calculada em 12 anos e oito meses de prisão e ao pagamento de 214 dias-multa.
Já José Admir teve sua culpabilidade reconhecida em relação a idênticas infrações penais de Patrick e mais a de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, com pena total de 12 anos e 9 meses de prisão e 190 dias-multa.
Por fim, Alexandre Alcantra foi apenado a seis anos e quatro meses de prisão e 130 dias-multa pelo cometimento dos crimes de falsidade ideológica e integrar organização criminosa.
Além disso, foi fixado valor mínimo de R$ 20,71 milhões para reparação dos danos causados pelos desmatamentos causados em áreas de vegetação.
Vale ressaltar que essas condenações não sãodefinitivas, pois ainda podem ser objeto de recurso junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Leia a íntegra da sentença: Ação Penal n. 1038592-31.2023.4.01.3200.
Relembre as Operações Xingu e Terra prometida
A Operação Terra Prometida, foi deflagrada para reprimir organização criminosa destinada à prática de crimes de desmatamento, invasão de terra pública, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
As investigações tiveram início a partir de denúncias de moradores extrativistas da Floresta Estadual do Antimary que relataram intenso desmatamento para criação de gado e ameaças feitas pelos atuais posseiros da Fazenda denominada Canaã, que está inserida em gleba pública federal, na região amazônica do Município de Sena Madureira/AC.
O total da área desmatada foi de 598 hectares, o que corresponde a quase 600 campos de futebol. Somados os desmatamentos cometidos pelos antigos e atuais invasores, o prejuízo ao meio ambiente alcançou um valor aproximado de R$ 18milhões de reais.
Já a Operação Xingu foi deflagrada para reprimir diversos crimes ambientais praticados no Sul do Amazonas, envolvendo um grileiro, dois pecuaristas e um técnico de georreferenciamento responsável pelo esquentamento de imóveis rurais junto ao INCRA e ao Cadastro Ambiental Rural.
A investigação foi iniciada a partir de denúncias deconflito agrário e desmatamento para exploração de gado na Região do Bom Lugar, localizada entre os Municípios de Boca do Acre e Lábrea/AM, que foram confirmadas por diligências de campo e análise de imagens de satélite.
A organização criminosa foi responsável por destruir cerca de 800 hectares de mata nativa amazônica, no ano de 2022, causando um prejuízo ao meio ambiente então calculado em mais de R$ 17 milhões de reais.
Entre os alvos de prisão estavam um doscondenados pelo assassinato da missionária americana Dorothy Stang, morta no ano de 2005, no Pará, e o seu filho, que já possuía um mandado de prisão expedido pela Justiça de Sena Madureira/AC, por tentativa de homicídio.

