terça-feira, 18 novembro 2025

Headscon faz balanço e registra aumento do impacto sobre ecossistema de games no Acre

Por Agência Collab da Headscon Acre 2025

Foram mais de 13 mil pessoas impactadas na região, e 300 mil no País, com 100 formações. Objetivo é tornar impacto permanente com lançamento de Hub

Desde que a Headscon chegou ao Acre em 2023, primeiro com a marca Gamecon, mais de 13 mil pessoas da região participaram dos eventos e das iniciativas da plataforma no estado, com alcance digital próximo a 300 mil. Foram mais de 100 formações oferecidas no período, além de 48 jogosdesenvolvidos da Amazônia Legal inscritos na mostra competitiva de jogos, com 20 participantes e cinco premiados.

O objetivo da edição de 2025, aberta na manhã dessa terça-feira (18) no Sesc Bosque, em Rio Branco, no Acre, “a maior já realizada”, é justamente ampliar esse alcance formativo. Também anunciar novidades para o ano que vem, que devem incluir uma nova edição logo no primeiro semestre do ano que vem e o lançamento do Hub Headscon, espaço físico para ações formativas em tempo integral, ou seja, não só durante o período dos eventos.

“Quando você conversa com as pessoas impactadas, e olha para as histórias delas, você sente a transformação”, pondera Marcelo Minucci, coordenador geral da Headscon, durante a coletiva de imprensa que serviu de abertura para o evento. “Nós acreditamos que existe um espaço de transformação social e econômica muito poderoso no ecossistema de games.”

Para Ana Paula Rocha, CEO da Headscon, a edição de 2025, assim como as passadas, tem uma “vontade genuína” de mostrar o potencial econômico da indústria para a região, além da pretensão de influenciar políticas públicas e “descentralizar esse mercado”.

“Nosso foco como marca é estar na Amazônia, porque entendemos que as histórias que podem vir daqui, expressadas através dos games, geram impacto globalmente”, diz. “O mundo quer saber qual é a cultura amazônica e qual o potencial local.”

A executiva também celebrou o fato de que o número de jogos acreanos entre os inscritos na Mostra Competitiva de Games da Amazônia Legal é expressivo. Entre os 48 jogos já inscritos na mostra, 21 são do Amazonas, que ocupa a primeira posição do ranking estadual, com o Acre logo em seguida com onze games, seguido do Pará, com sete. Mais de 50 desenvolvedores já foram impactados.

São números que demonstram um potencial muito maior do que aquele mapeado pela Associação Brasileira de Empresas Desenvolvedoras de Jogos (a Abragames), cujo último mapeamento, de 2023, dava conta de apenas um estúdio formal de desenvolvimento estabelecido no estado do Acre.

“Não existe um evento similar no Brasil entregando coisas de tanto valor fora do eixo Rio-São Paulo. E o Acre vem se destacando, com jogos que começaram em game jams e evoluíram para projetos. O estado se torna referência na região ao ter um evento tão legal como esse”, afirma Olímpio Neto, CEO do estúdio amazonense Petit Fabrik e curador da mostra competitiva.

Políticas públicas para os jovens

Também participou da abertura e da coletiva de imprensa Taciana Neto Leme, coordenadora-geral de fortalecimento de capacidades dos entes federados do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Segundo ela, os games podem ser ferramentas para reduzir desigualdades sociais e econômicas entre as regiões do País, especialmente ao se considerar que os games são um mercado muito centralizado.

“Acreditamos muito na economia criativa, identificando quantas oportunidades e pessoas podem estar envolvidas, sobretudo o público jovem. (…) a juventude no mundo não está muito interessada em políticas públicas, não acredita muito no que os governos estão fazendo. Passamos a ter isso no radar para mostrar para a juventude que isso daqui [o evento] é política pública”, ela diz.

A executiva ressaltou o contexto amazônico, dizendo que os games são “poderosos” para atrair a juventude e um olhar internacional sobre a região, especialmente no momento de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) em Belém.

Para Taciana, este é um mercado de “potência criativa muito interessante, baixo impacto ambiental, alinhado com os ODS [objetivos do desenvolvimento sustentável], então apoiamos, valorizamos e reconhecemos o esforço e carinho da equipe”. Ela ainda afirma que apoiar a realização de um evento como a Headscon, além de outras iniciativas de formação de pessoas para o mercado de games, seria “uma forma de promover esse desenvolvimento (…) da região amazônica, que tradicionalmente tem indicadores econômicos e sociais desfavorecidos em relação a região sudeste”.

 

Publicidade