quarta-feira, 19 novembro 2025

Gladson diz que ação da PF na Ptolomeu foi ilegal e afirma confiar em Deus e na Justiça às vésperas de julgamento

Por Kauã Lucca, da Folha do Acre

Na manhã desta quarta-feira, 19, o governador Gladson Cameli (PP), voltou a comentar publicamente sobre a Operação Ptolomeu, durante a cerimônia de entrega da revitalização da Estação Elevatória de Esgoto (ETE) da bacia Redenção, realizada pela Saneacre, em Rio Branco. Em tom de desabafo, o governador afirmou que a ação da Polícia Federal contra ele foi “ilegal” e que mantém confiança plena na Justiça — e, acima dela, em Deus.

O julgamento do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) está marcado para o próximo dia 3 de dezembro, após decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu à defesa de Camelí acesso aos relatórios do Coaf usados na investigação. Para o governador, a determinação revela falhas graves na operação.

“Se tem uma pessoa que está tranquila sou eu, porque eu confio na Justiça e confio na minha defesa”, declarou. “Como é que eu posso me defender se eu não tenho acesso aos autos? Qual é o mistério disso? Hoje sou eu, amanhã será quem?”, declarou Camelí.

Em sua fala, Gladson ainda criticou a condução das investigações e afirmou que até familiares foram alvo sem autorização judicial. “Investigaram minha ex-mulher e meu filho sem autorização da Justiça, mas eu acredito que a Justiça não está acima de Deus”, disse.

A Operação Ptolomeu, conduzida pela Polícia Federal, investiga supostos desvios e irregularidades envolvendo contratos e pagamentos no governo do Acre. O caso se arrasta há anos e é considerado um dos mais sensíveis da gestão estadual.

Enquanto se prepara para a decisão do STJ, o chefe do Executivo do Acre reforça que segue confiante. “Eu confio que tudo será esclarecido”, afirmou.

Publicidade