sexta-feira, 21 novembro 2025

Federação, associação, eventos: cena de games do Acre vive bom momento de expansão

Por Netto Valdeir, da Agência Collab na Headscon Acre 2025

Debate na Headscon 2025 reuniu lideranças locais e nacionais para a troca de experiências

O setor de games do Acre passa por um momento histórico, com perspectivas de fomento e emprego nos próximos anos. A presença de uma “associação de nerds” (Anac) e de uma federação (FAGT) são sinais positivos para o Estado, enquanto no cenário nacional há bons ventos soprando para estúdios e desenvolvedores graças à aprovação do Marco Legal dos Games em 2024.

Não por acaso, há três games de estúdios acreanos na Mostra Competitiva de Jogos da Amazônia da Headscon Acre 2025. Um painel na terça-feira (18), primeiro dia do evento, discutiu os avanços e os desafios para o cenário local.

Participaram da conversa Hécton Magalhães, presidente da Associação de Nerds do Acre (Anac); Márcio Filho, presidente da Associação de Criadores de Jogos do Rio de Janeiro (ACJogos-RJ); Henrique Álefy, presidente da Federação Acreana de Games e Tecnologia (FAGT); Raquel Gontijo, diretora de relações institucionais da Abragames; Akira Yoshiga, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Acre; Jardesson Lopes, o “Lopinho TV”, CEO da organização Six8; e Diogo Soares, do Sebrae.

Álefy deu início ao debate citando projetos da entidade e ressaltando a criação, por parte da Federação Acreana de Games e Tecnologia, de oficinas de desenvolvimento de games e soluções tecnológicas, além de exposições, divulgação do setor e participação em eventos. Um dos eixos de atuação da FAGT é justamente o desenvolvimento de jogos.

A entidade também realizou uma pesquisa para identificar o perfil e interesse dos desenvolvedores do Acre, com entrevistas realizadas presencialmente e remotamente. A Federação diz que ofereceu cursos de desenvolvimento de jogos 2D na plataforma GameMaker, além de exposições de jogos desenvolvidos no Acre na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, entre outras iniciativas.

Já Hécton Magalhães, da Anac, lembrou que o Acre deixou de ser “um cenário utópico nos games”. Ele também citou que, desde sua origem, a Anac busca unir todos os nichos e mencionou outros municípios em futuras parcerias para capacitação e projetos. Criada em 2019, a Anac tem como principal finalidade promover eventos e fomentar a cultura nerd, otaku e geek no Acre, além de criar espaços de visibilidade de expressões artísticas e empreendedorismo.

Lopinho, por sua vez, falou sobre o evento nacional de Free Fire e da importância da inclusão social, com eventos de esportes eletrônicos nos municípios do Acre. O executivo e jogador foi criado na Baixada da Sobral, em Rio Branco, e afirma representar toda uma geração de jovens que enxergam nos videogames uma oportunidade de mudar de vida.

“Estou na área de games desde 2015”, contou Lopinho. “Hoje, não consigo me ver fazendo outra coisa da vida. O universo gamer já está no meu sangue.”

A Six 8 é uma organização sem fins lucrativos que incentiva crianças e jovens a ingressar no universo gamer, com foco na inclusão digital e social. Também é a maior equipe de Free Fire do Acre, que atualmente disputa a Série B da Liga de Ascensão Free Fire (LAFF), competição nacional com 24 times. O time ocupa atualmente a sexta colocação, primeiro da história do estado a alcançar esse nível.

Finalizando o debate, Diogo Soares reforçou o papel do Sebrae e do sistema S na profissionalização dos estúdios de games locais.

Representando a Abragames, Raquel Gontijo falou sobre a evolução e o amadurecimento do ecossistema do Acre e fez um paralelo com outros estados do Brasil. Ela descreveu como “valioso” o espaço e o reconhecimento de cada produtora acreana de games.

Por fim, Márcio Filho, da ACJogos-RJ, mencionou a importância da política para o desenvolvimento do setor, além de ressaltar que o desenvolvimento da cultura pop acreana depende do sucesso de eventos como a Headscon.

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