O odontólogo Dr. Júnior Nascimento, conhecido em Rio Branco por suas ações sociais e defesa de pessoas em situação de vulnerabilidade, fez críticas à situação do transporte coletivo da capital acreana, durante sua participação no podcast FolhaCast, nesta quinta-feira, 20.
Júnior afirmou que os veículos que circulam em Rio Branco seriam ônibus de “refugo”, vindos de outras capitais, já em condições precárias. Segundo ele, a situação atual reflete a falta de compromisso com a modernização do sistema público.
Durante o programa, o odontólogo relatou que realizou o que chamou de “blitz do transporte coletivo”. “Resolvi pegar um ônibus, fui até o terminal urbano e conversei com vários usuários. Todas as pessoas estão insatisfeitas com o serviço”, contou.
Ele relatou o caso de uma professora aposentada que, durante uma viagem para Goiânia, ouviu de um motorista de aplicativo que Rio Branco teria recebido “ônibus de refugo” reformados em uma empresa local. Segundo ela, o motorista afirmou que já trabalhou na empresa responsável pelas reformas e chegou a mostrar a garagem onde os veículos eram recuperados.
“Ou seja, o que está vindo pra cá é descarte de outros estados. Enquanto outras capitais renovam suas frotas com ônibus com ar-condicionado e wifi, estamos recebendo veículos que já não têm mais condições de rodar”, criticou o Júnior.

Dr. Júnior destacou que a precariedade do transporte tem impacto direto na rotina dos moradores. “Pessoas estão perdendo horário de escola, consultas médicas, chegando atrasadas no trabalho e recebendo notificações. E a culpa não é delas”, declarou.
Ele atribui o problema ao estado da frota, que, segundo ele, seria antiga e sem condições adequadas de operação. O odontólogo também rebateu a afirmação do prefeito de que Rio Branco possui a passagem mais barata do país.
“É mentira. Isso é uma ausência de verdade. Nós temos a passagem de ônibus mais cara do Brasil. Então, R$ 3,50 do passageiro que entra na porta e mais quase R$ 4,00 com o aumento recente, já chega perto de R$ 8,00”, afirmou Nascimento.
Para Júnior, o modelo atual penaliza tanto os usuários quanto os contribuintes. “Até você que não usa o transporte público, que tem o seu transporte particular, está pagando e não vê um transporte de qualidade sendo oferecido para a população”, completou.
