Todos os municípios do Acre seguem com presença de pelo menos uma facção criminosa, e subiu o número de cidades acreanas com mais de uma organização criminosa. Isto é o que aponta o estudo “Cartografias da violência na Amazônia”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Instituto Mãe Crioula (IMC), publicado nesta quarta-feira (19), e que abrange os estados da Amazônia Legal.
A publicação confirmou o que já havia sido apontado na edição de 2024, com a presença de facções em 100% dos municípios. Contudo, naquele ano, eram 18 municípios com atuação majoritária de uma organização.
Além do Acre, a Amazônia Legal é formada por mais oito estados: Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e por parte do Maranhão, num total de 772 municípios. A área foi delimitada em 1953 por uma lei federal com o objetivo de criar políticas para o desenvolvimento socioeconômico da região.
O estudo destaca a presença das facções Comando Vermelho (CV), Bonde dos 13 (B13) e Primeiro Comando da Capital (PCC) no estado do Acre. Todos os 22 municípios estão sob influências de grupos criminosos, sendo que o CV se encontra hegemônico em 17 municípios.
A pesquisa de novembro do ano passado indicava que apenas Santa Rosa do Purus e Acrelândia não havia presença de facções. Contudo, foi apontado que o cenário pode modificar por conta da dinâmica dos grupos criminosos, e foi o que aconteceu, já que os dois municípios agora têm facções.
Em todas estas cidades há apenas a presença do CV. Antigas facções existentes no estado, como a Irmandade Força Ativa Responsabilidade Acreana (IFARA), foram incorporadas a outras, dentre elas o B13 e o PCC, que são aliadas no estado.
“O Acre tem se tornando um estado estratégico para a rota do narcotráfico, sobretudo a partir do rio Juruá, por onde parte da cocaína peruana e skunk colombiano adentram a Amazônia. Ao longo do vale do Rio Juruá, o CV vem exercendo o controle da rota, seguindo em direção ao estado do Amazonas até Manaus”, cita o documento.
Informações G1

