sexta-feira, 14 novembro 2025

Acre registra menor número de crimes violentos letais da história, diz levantamento do MP

Redação Folha do Acre

O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) e do Observatório de Análise Criminal, publicou nesta sexta-feira, 14, a 9ª edição do Anuário de Indicadores de Violência do Acre, documento que consolida séries históricas e análises referentes ao período de 2015 a 2024. A publicação apresenta dados que auxiliam na compreensão da dinâmica criminal no estado e subsidiam o planejamento de políticas públicas de segurança e justiça.

A edição contempla indicadores de crimes violentos letais, mortes violentas intencionais, homicídios consumados, intervenções policiais, roubos, sistema prisional, violência contra a mulher, participação juvenil na violência, atuação de organizações criminosas, tráfico de drogas, crimes ambientais, sinistros de trânsito e suicídios.

Entre os resultados apontados, o ano de 2024 registrou o menor número de crimes violentos letais intencionais da série histórica do Acre, com 169 vítimas, redução de 15,5% em relação ao ano anterior. A taxa estadual alcançou 19,2 por 100 mil habitantes, aproximando-se da média nacional pela primeira vez.

Em Rio Branco, foram registradas 84 vítimas, também o menor patamar da série, com taxa de 21,7 por 100 mil habitantes. Outro dado relevante é o equilíbrio na distribuição dos casos entre capital e interior, cada qual respondendo por 50% das ocorrências. Municípios como Feijó, Assis Brasil e Tarauacá apresentaram as maiores taxas proporcionais do estado, influenciadas pelo conflito mais constante entre grupos criminosos.

Os indicadores de crimes contra o patrimônio também mostraram mudanças significativas. Os roubos apresentaram queda de 41% entre 2023 e 2024 no estado, marcando o segundo ano consecutivo de redução expressiva em um dos indicadores de maior impacto na rotina da população. No recorte da violência de gênero, o Acre manteve-se na 7ª posição do ranking nacional de feminicídios, com taxa de 1,82 vítimas por 100 mil mulheres.

No sistema prisional, o estado figurou com a maior taxa de aprisionamento do país, atingindo 610,7 presos por 100 mil habitantes e taxa de ocupação de 131%, quadro que reforça a necessidade de análise contínua das políticas criminais e de encarceramento no estado.

A coordenadora do NAT, promotora de Justiça Marcela Cristina Ozório, destaca que o levantamento reforça o papel institucional do Ministério Público na produção de conhecimento estratégico. “Ao compartilhar este material, o MPAC busca fortalecer a atuação interinstitucional, incentivar o uso de evidências na formulação de políticas e contribuir para a construção de respostas mais eficazes e ajustadas à realidade acreana”, afirmou.

A 9ª edição do Anuário de Indicadores de Violência do Acre está disponível para consulta em: www.mpac.mp.br/nossaspublicacoes.

Ascom MPAC

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