segunda-feira, 17 novembro 2025

Acre registra 176 partos de meninas com menos de 15 anos em 2025, aponta levantamento do MS e IBGE

Por Kauã Lucca, da Folha do Acre

Um levantamento do Ministério da Saúde (MS) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 176 adolescentes com menos de 15 anos deram à luz no Acre em 2025, das quais 113 tinham apenas 14 anos. A maioria dos partos, 103, ocorreu em unidades de saúde, enquanto outros 10 foram realizados em residências, revelando a permanência da gravidez precoce no estado.

Entre as meninas de 14 anos, os registros apontam maior concentração de partos em maio, com 26 ocorrências, seguido de abril (17), janeiro (16), março (13), julho (12), junho (11) e agosto (6). Nesse grupo, 40 procedimentos foram conduzidos por médicos e 13 por enfermeiras, resultando em 29 cesarianas e 13 partos normais. Os nascidos incluem 60 meninas e 53 meninos.

Em 2024, houve redução, mas os números permaneceram elevados: 80 partos de meninas de até 14 anos, com 26 cesarianas e acompanhamento de 44 médicos e 36 enfermeiras ou parteiras. Assim como em 2025, maio liderou os registros, com 11 casos, seguido de janeiro e fevereiro, com 8 cada, além de agosto e novembro, com 6 registros.

Rio Branco concentrou o maior número de partos de adolescentes, com 35 casos, seguida por Tarauacá (22), Feijó (17), Cruzeiro do Sul e Sena Madureira (14 cada) e Jordão (12). Municípios como Assis Brasil e Mâncio Lima registraram 7 partos cada, enquanto Epitaciolândia somou 6, Rodrigues Alves teve 5, e Senador Guiomard, Capixaba e Brasileia contabilizaram 4 cada. Plácido de Castro, Acrelândia, Porto Walter e Porto Acre registraram 2 casos, e Bujari e Xapuri, 1 cada.

Na Amazônia Legal, 18,7% dos nascidos vivos em 2023 eram filhos de mães adolescentes, percentual acima da média nacional, apesar da queda de 7,1 pontos percentuais registrada na última década. No cenário nacional, Assis Brasil aparece entre os municípios com maior taxa de maternidade infantil na faixa de 10 a 14 anos, com 28,33 nascimentos por mil meninas entre 2014 e 2023, índice 17 vezes superior à média brasileira, segundo o DataSUS.

A Região Norte mantém a maior taxa de fecundidade do país, com 1,89 filho por mulher em 2022, além da menor idade média da maternidade, 27 anos. No Acre, a taxa caiu de 4,4 filhos por mulher em 2010 para 3,2 em 2022, mas o estado segue entre os mais elevados do Brasil, ao lado do Amapá.

Publicidade