Instituição reúne companhias internacionais e promove diálogo sobre dramaturgia amazônica
A Universidade Federal do Acre (Ufac) realiza nesta quarta-feira (8/10) uma mesa redonda com integrantes de companhias teatrais da Guiana Francesa. O debate, que ocorre na sala do Centro de Educação, Letras e Arte (Cela), é aberto ao público e conta com tradução simultânea para quem não compreende o idioma.
A atividade faz parte da Teatroteca Francófona, projeto de extensão do grupo PTIT (Pesquisa em Tradução e Investigação Teatral), coordenado pelo professor Dennys Silva-Reis. Segundo ele, “a proposta é trazer textos ainda não disponíveis em português e testar se as traduções funcionam em cena, diante da plateia”.
O evento marca a chegada das companhias Guyane Art Théâtre, sediada em Paris desde 1995, e Grand Théâtre Itinérant de Guyane, com base em Kourou desde 2017. Ambas são dirigidas pela atriz, diretora e dramaturga Odile Pedro Leal, natural da Guiana Francesa. Parte da equipe trabalha com ela há quase três décadas.
A delegação é formada por quatro atores, Jean-Marc Lucret, Micheline Dieye, Sarah Jean-Baptiste e Laurence Baptiste, além do técnico de som e iluminação Carlos Perez. A vinda dos artistas foi viabilizada por meio de um edital contemplado pelo produtor acreano Romário Feitosa, da Cia Cata-Ventos de Cultura, como parte das ações do Ano do Brasil na França.
Durante a mesa-redonda, os convidados vão compartilhar experiências sobre a criação e circulação de espetáculos francófonos na América do Sul e no Caribe. “Conseguimos trazer a companhia para cá e promover esse encontro na Ufac, que é uma oportunidade rara para a comunidade acadêmica”, afirma o professor Silva-Reis.
A programação inclui ainda a encenação gratuita da peça “Louvores das Mulheres de Terras Queimadas”, última criação da companhia, que será apresentada em sessão única nesta quinta-feira (9/10), às 19h, no Teatro Hélio de Mello. O espetáculo foi desenvolvido em 2023 no Centre Dramatique de Saint-Laurent du Maroni, na Guiana Francesa, e já passou por Martinica, Guadalupe e pelo Festival de Avignon, no Sul da França.
A tradução da obra para o português foi feita por Dennys Silva-Reis em parceria com o mestrando Rodrigo Framil. O evento conta com apoio do Cela, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do curso de Licenciatura em Letras Francês da UFAC.