terça-feira, 14 outubro 2025

Saúde reforça alerta sobre intoxicação por metanol e atualiza protocolo de atendimento

Por André Gonzaga, da Folha do Acre

Nova nota técnica orienta profissionais sobre identificação de casos e agiliza comunicação com autoridades de vigilância

O Ministério da Saúde divulgou na sexta-feira (10/10) novas orientações para profissionais da área sobre como proceder diante de casos suspeitos de intoxicação por metanol. A nota técnica apresenta critérios mais objetivos para identificar os pacientes e determina que a notificação deve ser feita de forma imediata aos Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), tanto nos estados quanto em nível nacional.

A iniciativa foi adotada após o aumento de registros em diferentes regiões, relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas com suspeita de adulteração. Os sintomas aparecem entre seis e 72 horas após a ingestão e incluem enjoo, vômitos, dor na barriga, tontura, confusão mental e alterações na visão. Nesses casos, o ministério orienta que a pessoa procure atendimento o mais rápido possível.

Para reforçar o tratamento, o governo distribuiu 2.500 unidades do antídoto fomepizol e mais de 1.400 frascos de etanol farmacêutico, ambos utilizados para combater os efeitos da substância tóxica.

Região Norte

No Norte, há duas suspeitas em investigação em territórios diferentes. Para garantir atendimento adequado, o Acre recebeu 16 doses de fomepizol e 30 frascos de etanol farmacêutico. Rondônia também foi contemplado com 16 unidades do medicamento. A medida busca preparar os estados para atender possíveis casos, mesmo antes da confirmação.

Situação nacional

Em todo o Brasil, foram registradas até agora 259 notificações de intoxicação por metanol. Desse total, 24 foram confirmadas, 235 estão em análise e 145 foram descartadas.

Os casos confirmados estão concentrados em São Paulo, com 20 ocorrências, seguido por Paraná, com três, e Rio Grande do Sul, com uma. Outros estados com suspeitas em investigação incluem Pernambuco, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Piauí, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, além dos dois estados do Norte.

Para agilizar os diagnósticos, o MS ampliou a capacidade de testes com apoio do laboratório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que passou a realizar até 190 exames por dia. Nas unidades federativas que não possuem estrutura própria, as amostras devem ser enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), responsável por encaminhar o material ao CIATox-Campinas.

A recomendação do ministério é evitar o consumo de bebidas de origem desconhecida e ficar atento aos sinais de intoxicação. Em caso de suspeita, é fundamental procurar o serviço de saúde mais próximo.

Publicidade