Tratamento pelo SUS atenderá todos os casos do tipo HER2-positivo e amplia acesso à terapia na região
O Sistema Único de Saúde (SUS) começou a receber o primeiro dos quatro lotes do Trastuzumabe Entansina, que é um medicamento indicado para tratar o câncer de mama do tipo HER2-positivo – uma das variantes mais agressivas da doença. A nova terapia será oferecida gratuitamente e deve atender toda a demanda da rede pública, incluindo usuárias do Acre.
O fármaco é voltado para mulheres que ainda apresentam sinais da enfermidade após a quimioterapia inicial, geralmente em estágio 3. Ele age diretamente nas células malignas e pode reduzir em até 50% o risco de morte.
A primeira remessa chegou na segunda-feira (13/10) ao Brasil pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A distribuição às unidades federativas está prevista para começar em dezembro, com os demais lotes programados para março e junho de 2026. O cronograma foi definido pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir o abastecimento contínuo às usuárias.
O governo federal investiu R$ 159 milhões na aquisição de 34 mil frascos do remédio, negociando os valores com desconto de até 50% em relação ao preço de mercado. A economia foi de aproximadamente R$ 165 milhões, o que permitiu garantir o acesso universal das pacientes.
Segundo dados divulgados pela gestão estadual durante a campanha Outubro Rosa, o Acre registrou 391 novos diagnósticos de câncer de mama entre 2023 e o início de outubro de 2025, a maioria em mulheres. Com a incorporação do novo protocolo ao SUS, moradoras da região devem ter acesso ampliado a alternativas mais eficazes, com melhores perspectivas de controle e de qualidade de vida.
Mais alternativas
O MS também vai disponibilizar inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe), que são indicados para quadros avançados ou metastáticos com receptor hormonal positivo e HER2-negativo. A compra será realizada diretamente por estados e municípios, com financiamento federal. A portaria que autoriza esse modelo descentralizado será publicada ainda neste mês.
Ampliação de público
Outra medida anunciada foi a ampliação da faixa etária para realização de mamografias a partir dos 40 anos, mesmo sem sintomas. A mudança fortalece o diagnóstico precoce e o acesso à assistência, especialmente para quem antes enfrentava barreiras no sistema público. Em 2024, mulheres com menos de 50 anos já representaram 30% do total, ultrapassando 1 milhão de exames realizados.
Tratamento no Acre
No território acreano, o exame pode ser solicitado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e realizado no Centro de Controle Oncológico (Cecon), na capital. A expectativa é que, com mais testes e novas terapias, a região consiga reduzir os casos graves e salvar mais vidas.
Exames gratuitos na Ufac
Desde o mês passado, o MS colocou 28 carretas de atendimento especializado em circulação pelo país. Uma delas está na Universidade Federal do Acre (Ufac) com 30 vagas diárias dedicadas a consultas, exames e biópsias.
Para acessar o serviço, é necessário apresentar apenas documento oficial com foto. O resultado sai em sete dias. A ideia é facilitar o diagnóstico de câncer de mama e do colo do útero em áreas com pouca oferta de serviços médicos.