Um caso de extrema gravidade chocou Rio Branco na manhã deste sábado, 25. Um bebê prematuro, dado como morto na Maternidade Bárbara Heliodora, acordou durante o próprio funeral e quase foi enterrado vivo após o hospital liberar o corpo para o sepultamento. A criança nasceu com apenas cinco meses de gestação.
O pai, o barbeiro Marcos dos Santos Fernandes, e a mãe, Sabrina Souza, relataram à reportagem da Folha do Acre os momentos de desespero e incredulidade. O casal, que vive no município de Pauiní, no interior do Amazonas, havia viajado até a capital acreana em busca de atendimento médico, devido à falta de estrutura de saúde em sua cidade.
Segundo Marcos, a esposa começou a sentir fortes contrações logo após chegar à maternidade. “A médica disse que havia duas opções: esperar o parto normal, sem garantia de sobrevivência do bebê, ou acelerar o processo, o que resultaria em aborto. Nós escolhemos esperar e ter fé em Deus”, contou o pai.
Durante o parto, Sabrina entrou em trabalho de parto natural. O bebê nasceu envolto na placenta e, de acordo com o relato, uma enfermeira teria informado que a criança estava morta. “Ela pegou, colocou o bebê em uma sacola e disse que ia levar para o necrotério. A assistente social nos ajudou com os papéis e seguimos para a funerária”, disse Marcos.
Já na funerária, ao se prepararem para o sepultamento, a família percebeu algo que mudou o rumo da história. “Minha irmã foi até o caixão e disse que ouviu um choro. Quando abriu, o bebê estava chorando e vivo. Se ele não tivesse chorado, ia ser enterrado vivo e ninguém nunca ia saber”, relatou emocionado o pai.
A criança foi imediatamente socorrida e encaminhada para atendimento médico. O caso foi comunicado à polícia e será investigado para apurar possíveis responsabilidades dos profissionais de saúde envolvidos.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), e a assessoria afirmou que o órgão irá se manifestar por meio de uma nota. O espaço segue aberto ao contraditório.