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Na “praça esquecida”, o Dia das Crianças renasce pelas mãos da periferia

Moradores do bairro Vitória organizam festa com esporte, arte e afeto neste domingo (12/10), a partir das 16h, em Rio Branco

A Praça Maria Joaquina já foi silêncio. Esquecida pelo poder público, virou cenário de abandono no coração do bairro Vitória, em Rio Branco. Mas neste domingo (12/10), a partir das 16h, ela será retomada por vozes pequenas, risos largos e cores vivas. É Dia das Crianças, e quem organiza a festa é a própria comunidade. Gente que cresceu ali, que conhece cada pedra solta do chão e cada história que a praça já viu passar.

A celebração é feita por mãos que não esperaram por ajuda oficial. Ao lado de coletivos como o grupo Raiz da Capoeira e a Escolinha de Futebol do Pisika, a mobilização transforma o que era ausência em presença. “A gente juntou familiares e amigos para fazer a primeira edição em homenagem ao Jeffinho, que organizava o Dia das Crianças aqui. Agora, em 2025, já estamos na terceira”, conta o MC Mano Artista. Além de morador da região, ele integra o Centro Acreano de Hip Hop (Ceah.2), que é outro parceiro da iniciativa.

A programação mistura esporte, arte e cuidado. Futebol, vôlei, batalha de rap, roda de capoeira, grafite, DJs, brincadeiras, corte de cabelo, bingos e lanche para as crianças. “A gente consegue reunir várias culturas e muita diversão em um só dia. É gratificante fazer isso pelas crianças, porque um dia eu também fui uma delas e tive quem cuidasse desses momentos”, diz, com a voz de quem sabe o valor de devolver à infância o que um dia recebeu.

A festa é também um gesto político – não partidário, mas comunitário. Um modo de dizer que a periferia existe, resiste e cria. “Apesar de tudo, a Praça Maria Joaquina foi abandonada. Aí a gente está movimentando com o nosso projeto”, afirma. Para quem quiser apoiar, os organizadores disponibilizaram uma chave PIX (08717778271). Porque, ali, cada gesto conta. E cada criança agradece.

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