sábado, 18 outubro 2025

“Morreu antes de nascer, um aborto”, diz Kamai após Bocalom declarar suspensão do programa “1001 Dignidades”

Por Kauã Lucca, da Folha do Acre

O vereador André Kamai (PT) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco nesta quinta-feira, 16, para criticar duramente a suspensão do programa “1001 Dignidades”, uma das promessas de campanha do prefeito Tião Bocalom (PL), ainda no primeiro mandato — que previa a construção e entrega de mil e uma casas de madeira em um único dia, para famílias em situação de vulnerabilidade, e foi suspenso pelo gestor municipal sem transparência sobre os recursos públicos já utilizados.

Durante o pronunciamento, Kamai afirmou que o programa “morreu sem nascer” e classificou o encerramento como um ‘aborto administrativo’. “Morreu sem nascer, um aborto. No começo do ano, o prefeito foi a público e declarou o fim do Asfalto da Rio Branco. Agora, declarou a morte do 1001 Dignidades. Morreu sem nascer, um aborto”, disse o vereador.

Kamai destacou ainda que, embora nenhuma casa tenha sido construída, a prefeitura já teria gasto recursos significativos com o programa. “O prefeito já gastou muito dinheiro nesse programa: aluguel de serraria, compra de madeira, contratação de pessoal, reforma do pátio da madeireira, energia elétrica. Tudo isso foi gasto, mas acabou”, denunciou.

O vereador comparou o cancelamento do “1001 Dignidades” com as promessas de campanha de Tião Bocalom, afirmando que o prefeito teria usado o projeto como “estelionato eleitoral”. “As pessoas que o prefeito prometeu que estariam nas casinhas de madeira já pegaram duas alagações e nada foi entregue. Agora ele diz que o programa não existe mais. O sonho de entrar no Guinness Book acabou. Ele fez de novo! Prometeu no ano da eleição e abandonou depois”, criticou Kamai.

O parlamentar encerrou o discurso informando que encaminhará o caso ao Ministério Público, Tribunal de Contas e Polícia Civil, pedindo investigação sobre o destino dos recursos públicos aplicados no programa. “Essa denúncia é grave. Quero saber onde essas casas seriam construídas, se serão construídas, e qual a prestação de contas desse dinheiro. Levarei o caso aos órgãos competentes para que investiguem o que foi feito com o dinheiro do 1001 Dignidades, que foi abortado antes de nascer”, concluiu.

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