Vereadora denuncia abandono e cobra medidas urgentes para garantir atendimento médico à população
A morte de Maria Edna dos Santos Feitosa, residente em Tarauacá (AC), evidenciou falhas graves no serviço de perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na região. A trabalhadora rural estava internada em estado crítico na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Cruzeiro do Sul e aguardava há três meses a avaliação necessária para acessar o benefício previdenciário. Com a demora, ela faleceu na última segunda-feira (27/10) sem que seu direito fosse reconhecido.
Diante da situação, Veinha do Valmar (PDT) tornou público seu posicionamento e classificou o episódio como “barbaridade e descaso com a população do município”. Conforme relato da vereadora, mesmo com o agravamento da condição de saúde da paciente, o INSS exigia que ela se deslocasse até Rio Branco para ser examinada.
Além disso, a parlamentar destacou que Tarauacá, terceiro maior município do Acre, está sem médico perito desde a transferência do único profissional que atuava na cidade. Essa ausência tem prejudicado, sobretudo, os moradores da zona
rural, que enfrentam obstáculos financeiros e de transporte para buscar atendimento em outras localidades.
“É inadmissível que vidas sejam colocadas em risco pela morosidade e pelo silêncio institucional”, criticou.
Valmar já havia protocolado solicitação formal ao INSS pedindo a designação de um perito para atender a população. Paralelamente, apresentou denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) e encaminhou requerimentos à Câmara Municipal, nos meses de março e agosto, sugerindo a realização de mutirões mensais de perícia ou a adoção de atendimentos por videoconferência.
“Como vereadora deste município, venho a público manifestar meu mais profundo repúdio à demora e ao descaso do INSS com a nossa população”, declarou.
A vereadora também relembrou que o último atendimento realizado em Tarauacá ocorreu durante a passagem do Navio da Cidadania, em março deste ano. No entanto, ela avalia que a ação pontual não foi suficiente para atender à demanda acumulada.
“Muitos moradores não têm condições financeiras para se deslocar até outro município onde haja agência do INSS com serviço de perícia médica”, explicou.
Após o falecimento da trabalhadora rural, Veinha do Valmar divulgou nota de repúdio contra o órgão federal e reforçou que outros episódios semelhantes já ocorreram no município. Ela alertou para o risco de novas mortes em decorrência da negligência institucional e cobrou providências imediatas. “O nosso povo merece um atendimento digno, urgente e humano”, concluiu.


