quinta-feira, 23 outubro 2025

Mistério na fronteira: corpo de venezuelano assassinado no Acre desaparece antes da chegada das autoridades

Redação Folha do Acre

O caso que envolve o homicídio do venezuelano Júlio Rafael Ramos Navas, de 21 anos, ganhou contornos misteriosos e aumentou a tensão na fronteira do Acre com o Peru. O corpo do jovem, que havia sido localizado por moradores no Seringal Icuriã, zona rural de Assis Brasil, desapareceu antes da chegada das autoridades.

Segundo informações preliminares, Júlio Rafael teria sido executado a tiros em um suposto acerto de contas entre facções criminosas que disputam o controle de rotas de tráfico na região. O crime ocorreu em uma comunidade rural a cerca de 75 quilômetros da sede do município, em uma das áreas mais isoladas e de difícil acesso do estado.

Corpo some misteriosamente

Após imagens do corpo circularem nas redes sociais, uma equipe do Instituto Médico Legal (IML) foi acionada e partiu de Brasiléia para realizar o resgate, percorrendo mais de 190 quilômetros entre estrada e ramais de floresta.

Entretanto, ao chegar ao local indicado, os peritos encontraram apenas marcas de sangue e sinais de arrasto. O cadáver simplesmente havia sumido.

Moradores da comunidade afirmaram desconhecer o destino do corpo e disseram ter ouvido movimentações de pessoas armadas na noite anterior à chegada da equipe.

Autoridades reforçam buscas

O delegado regional do Alto Acre, Erick Maciel, confirmou que as buscas continuam e que há possibilidade de o corpo ter sido levado para uma área às margens do rio Iaco, próximo à divisa com Sena Madureira.

“Estamos mobilizando equipes e já solicitamos apoio aéreo à Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para intensificar as buscas em locais de difícil acesso”, disse o delegado.

Facções e vulnerabilidade indígena

A região tem sido alvo de crescentes disputas entre grupos criminosos, que, segundo as investigações, vêm cooptando jovens indígenas para o tráfico de drogas e contrabando de armas.

O caso de Júlio Rafael seria mais um reflexo dessa escalada de violência nas áreas de fronteira, onde o Estado enfrenta desafios logísticos e sociais para manter o controle.

Apelo por informações

A polícia pede que qualquer pessoa com informações sobre o paradeiro do corpo ou sobre os envolvidos no crime entre em contato de forma anônima pelos canais da Polícia Civil do Acre.

O caso permanece sob investigação e é tratado como prioridade na região do Alto Acre.

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