Durante a 2ª reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, nesta segunda-feira, 13, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo à comunidade internacional por um mundo mais justo e solidário.
Lula afirmou que o que pode acabar com as guerras “não é mais arma, é mais comida, mais trabalho, mais harmonia e paz”, destacando que o combate à fome deve ser tratado como prioridade orçamentária dos governos.
“O combate a fome se dá responsabilizando os governos de todos os países do mundo, de que o pobre tem que estar no orçamento do país. Não é uma política assistencialista, uma política provisória de fazer quando pode. É uma determinação do governo, de deixar de tratar os pobres como invisíveis no planeta terra, eles tem que ser enxergados e para ser enxergados eles têm que estar no orçamento do país, no orçamento do estado, no orçamento da cidade, e o dinheiro deles tem que ser prioritário como qualquer outro dinheiro.”, afirmou o presidente.
Durante o discurso, Lula criticou o desequilíbrio entre os investimentos militares e os recursos destinados ao enfrentamento da pobreza. Segundo ele, “não é possível o mundo rico gastar US$ 2,7 trilhões em armas e não investir o mesmo valor no combate à fome e à miséria”.
O presidente destacou ainda que o desafio global está em “criar na humanidade a indignação contra a fome”, considerando inadmissível que, em um mundo com produção suficiente de alimentos, 670 milhões de pessoas ainda passem fome.
“Eu penso que o grande trabalho que nós temos que fazer é trabalhar para criar junto à humanidade a indignação. A palavra chave é: tentar levar a humanidade a se indignar contra a fome. Num mundo que produz alimento suficiente, num mundo que não tem problema de produção de alimento, não tem explicação, 670 milhões de pessoas ainda não tem o que comer”, reforçou Lula.