Uma onda de protestos tomou conta do Terminal Urbano de Rio Branco na manhã desta segunda-feira, 20. A manifestação, que reuniu dezenas de estudantes e representantes de movimentos comunitários, teve como foco a cobrança por melhorias no transporte público da capital acreana e a contestação do aumento considerado “abusivo” no valor da passagem de ônibus.
O ato, pacífico e com forte presença estudantil, teve como alvos principais a Prefeitura de Rio Branco e a empresa Ricco Transportes, responsável pela integralidade dos serviços de transporte coletivo na capital acreana. Com cartazes e palavras de ordem, os manifestantes pediram transparência nos contratos e mais fiscalização sobre a atuação da empresa.
A equipe de reportagem da Folha do Acre esteve no local e conversou com o estudante da Universidade Federal do Acre (Ufac), Cristian Souza, de 20 anos, integrante da Juventude Comunista de Rio Branco. Ele destacou que o movimento busca não apenas a revisão da tarifa, mas também melhorias estruturais e administrativas no sistema de transporte.
“Nós, militantes da Juventude Comunista de Rio Branco, em conjunto com outros movimentos sociais, estamos aqui hoje para reivindicar melhorias no transporte público. Nossas demandas incluem aprimorar a qualidade dos veículos, aumentar o número de rotas para atender toda a comunidade e esclarecer a situação da empresa Ricco”, afirmou Cristian.
O estudante também criticou a falta de transparência e a ausência de fiscalização sobre os contratos emergenciais firmados com a empresa. “Desde 2022, a empresa Ricco assumiu integralmente os serviços através de contratos emergenciais, sem fiscalização, implementados pelo prefeito Bocalom. Não houve, por exemplo, a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para fiscalizar o transporte público. O prefeito já repassou R$ 200 milhões em subsídios emergenciais à empresa e, há quase quatro anos, não realiza a abertura de editais para licitação”, completou.
Tentativa de impedimento ao protesto
Ainda segundo os manifestantes, houve tentativas de intimidação antes do ato, com ameaças de uso da força policial e aplicação de multas de até R$ 50 mil por entidade caso o protesto ocorresse. Mesmo assim, os grupos decidiram manter a mobilização. “A juventude e organizações de movimentos estudantis e políticos foram ameaçadas com o uso da força policial, caso tentássemos entrar ou fechar o terminal. Também fomos ameaçados com multas de 50 mil reais por entidade caso o protesto ocorresse. No entanto, estamos aqui, firmes em nossa luta, pois somos trabalhadores e estudantes determinados a persistir em nossas reivindicações”, concluiu Cristian Souza.
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Rio Branco e a Ricco Transportes ainda não haviam se manifestado sobre o protesto e as acusações apresentadas pelos manifestantes.