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Equipe médica pode ser indiciada por homicídio culposo após constatar óbito de bebê que chorou no velório

Caso do recém-nascido encontrado vivo no velório ainda depende de laudo técnico do IML

A Polícia Civil do Acre (PCAC) apura se houve falha no atendimento ao bebê prematuro que foi dado como morto na Maternidade Bárbara Heliodora e, depois de 12 horas, encontrado com sinais vitais durante o velório. Segundo o coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Alcino Ferreira Júnior, se for comprovada negligência, imprudência ou imperícia por parte da equipe médica, o caso pode ser enquadrado como homicídio culposo – quando há morte sem intenção.

Os exames periciais já foram iniciados e há uma lista de quesitos técnicos para avaliar se houve descumprimento de protocolos hospitalares. De acordo com o diretor do Instituto Médico Legal (IML), Ítalo Maia, o laudo será elaborado com base na necropsia, nos prontuários de saúde e em outros documentos. “Estamos montando um quebra-cabeça com várias peças para entender o que aconteceu”, afirmou.

Durante a coletiva, foi levantada a hipótese de Síndrome de Lázaro, que é uma condição rara em que pacientes voltam a apresentar sinais vitais após serem declarados mortos. Maia explicou que esse tipo de reação costuma ocorrer após tentativas de reanimação, o que ainda não foi confirmado no caso do bebê.

A investigação também considera o grau de prematuridade da criança, que nasceu com cerca de cinco meses de gestação. Segundo o médico legista, esse tipo de nascimento é considerado extremo e apresenta alto risco de morte, mesmo com assistência médica. O inquérito segue em andamento e novas informações serão divulgadas conforme o avanço das apurações.

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