terça-feira, 14 outubro 2025

Disputa entre facções aumenta violência em Assis Brasil e sensação de medo toma conta dos moradores

Redação Folha do Acre

A cidade de Assis Brasil, localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia, a cerca de 330 quilômetros de Rio Branco, vive um dos períodos mais críticos em relação à segurança pública. Com pouco mais de 8 mil habitantes, segundo o IBGE, o município, de perfil majoritariamente rural, tem sido palco de um crescimento alarmante da criminalidade, marcado pela atuação de facções que disputam território e poder local.

Moradores relatam que a cidade está dividida por grupos criminosos, que passaram a ditar regras e impor a chamada “lei do silêncio”, ameaçando quem tenta circular em áreas dominadas por facções rivais. Casos de atentados a tiros e execuções têm se tornado mais frequentes, ampliando o clima de insegurança entre os moradores.

Recentemente, um homem com mandado de prisão em aberto foi executado dentro de casa, após criminosos se passarem por policiais e invadirem o imóvel. Outro caso sob investigação envolve uma tentativa de homicídio contra uma mulher, também atribuída a disputas entre facções.

Na madrugada de sábado (11), um homem supostamente ligado a um desses grupos procurou atendimento no posto de saúde da cidade após passar mal. A situação exigiu escolta da Polícia Militar, já que membros de uma facção rival souberam da presença dele no local e teriam planejado retaliação dentro da própria unidade de saúde.

A falta de efetivo policial agrava o cenário. O município conta com apenas 15 policiais militares, sendo que 10 se revezam no patrulhamento urbano, limitado até a meia-noite. Na esfera civil, há um único delegado responsável por duas cidades da regional, com um efetivo inferior a 10 agentes, entre escrivães, investigadores e atendentes.

Sem a presença constante do Estado, as facções ganham espaço, recrutando jovens, inclusive de etnias locais, para atuar como “soldados do crime”. Enquanto isso, a população de Assis Brasil vive sob o medo crescente e a sensação de abandono diante da escalada da violência.

Com informações O Alto Acre

 

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