O deputado estadual Afonso Fernandes, afirmou que o Acre precisa agir com urgência diante do aumento dos casos de feminicídio no estado. A declaração foi feita na manhã desta quinta-feira, 23, durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), proposta por ele por meio do Requerimento nº 100/2025, com o objetivo de debater o enfrentamento à violência contra a mulher.
Afonso Fernandes destacou que o encontro não se tratava apenas de números, mas de vidas interrompidas por um crime que carrega nome e dor. Ele lembrou mulheres acreanas que foram assassinadas nos últimos anos, entre elas Sara Araújo de Lima, servidora pública da Fundação de Cultura Elias Mansour (FUNDAC), morta a tiros pelo companheiro no estacionamento do local de trabalho.
“Esses números não são apenas estatísticas. São mães, filhas e irmãs cujas trajetórias foram brutalmente interrompidas. O nome de Sara, assim como o de tantas outras mulheres, deve se tornar símbolo de uma luta que precisa continuar”, declarou o parlamentar.

Durante a audiência, o deputado anunciou a criação de um projeto de lei que institui o “Dia Estadual de Combate ao Feminicídio”, a ser celebrado em 13 de abril, data em memória de Sara Araújo. Segundo ele, a iniciativa busca transformar a dor das famílias em compromisso político e social, com mobilizações permanentes para combater a violência de gênero.
Afonso Fernandes também defendeu o fortalecimento da rede de proteção às mulheres, com investimentos em delegacias especializadas, abrigos com atendimento 24 horas, acompanhamento psicológico e integração de sistemas de monitoramento de risco, como o feminicidômetro. O parlamentar cobrou ainda fiscalização rigorosa das medidas protetivas, que muitas vezes não são cumpridas, e destacou a importância de ações educativas nas escolas, voltadas à prevenção e à desconstrução da cultura da violência.
“Não há neutralidade diante da violência. Ou nos posicionamos, ou nos tornamos cúmplices. É preciso que as leis saiam do papel e se tornem realidade”, afirmou Fernandes.

Outro ponto mencionado por Fernandes foi um projeto de sua autoria que propõe que todos os órgãos públicos do Acre disponibilizem, em seus sites oficiais, uma aba específica com informações sobre leis e políticas voltadas à proteção das mulheres, facilitando o acesso à informação e aos direitos.
O deputado reafirmou o compromisso da Aleac em manter o tema como prioridade. “Queremos deixar nossa contribuição para que nossos filhos e netos vivam em uma sociedade mais justa e segura. O nome de cada mulher vítima de feminicídio deve inspirar mudanças reais nas leis e nas atitudes. Essa é a nossa obrigação moral, política e social”, concluiu.
