Estudo desenvolvido entre Sebrae e MDS aponta que programas sociais tem ajudado famílias vulneráveis a buscar autonomia financeira no estado
No Acre, 54,8% dos microempreendedores individuais (MEIs) só decidiram abrir o próprio negócio depois de se inscreverem no Cadastro Único (CadÚnico) para programas sociais do governo federal. O dado faz parte de um levantamento do Sebrae, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), que foi divulgado nesta semana.
Esse movimento acompanha uma tendência observada na região Norte, como no caso do Amazonas e do Piauí. Esses estados também apresentam altos percentuais de trabalhadores formais entre famílias de baixa renda.
Em nível nacional, dos 4,6 milhões de empreendedores registrados no CadÚnico, 2,5 milhões iniciaram suas atividades depois da inscrição. Além disso, 34,1% desse grupo já recebeu algum tipo de orientação do Sebrae entre janeiro de 2020 e julho de 2025. Segundo o presidente da instituição, Décio Lima, a parceria fortalece a inclusão produtiva e ajuda na geração de renda.
“A atuação integrada fortalece a identificação de um público importante. Enquanto o MDS identifica e acompanha as famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica, o Sebrae oferece apoio técnico e estratégico. Juntos, esses elos criam condições para que empreendedores transformem oportunidades em resultados concretos e sustentáveis”, disse.
A maior parte dos negócios está no setor de serviços, seguido pelo comércio, construção civil e indústria. Por outro lado, a agropecuária aparece com menor participação. Em solo acreano, muitos desses profissionais continuam recebendo benefícios sociais: 41,7% têm acesso ao Bolsa Família e 6,4% ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).
“Esse estudo apresentado mostra a verdade. Primeiro, a mudança do novo Bolsa Família neste governo do presidente Lula. Segundo, desmente a questão sobre abrir um CNPJ e perder o Bolsa Família. Hoje, milhões de beneficiários do programa já se formalizaram, viraram empreendedores e continuam inscritos”, exalta o ministro do MDA, Wellington Dias.
O acordo entre o Sebrae e o MDS, firmado em 2023, prevê o uso de dados do CadÚnico para desenvolver políticas públicas voltadas aos pequenos negócios. Com isso, a meta é ampliar o acesso à informação, estimular o empreendedorismo e promover autonomia financeira entre famílias em situação de vulnerabilidade.