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Em ritmo de pré-campanha, Bocalom usa agenda da AMAC para intensificar encontros políticos no interior do Acre

O prefeito de Rio Branco que também é presidente da Associação dos Municípios do Acre (AMAC), Tião Bocalom, tem aproveitado os compromissos institucionais da entidade para ampliar sua presença política no interior do estado. Oficialmente, as viagens são justificadas como parte das pautas da AMAC, mas nos bastidores há quem avalie que as agendas têm servido também como estratégia de pré-campanha ao governo do Acre.

Nesta sexta-feira (17), Bocalom cumpre agenda em Assis Brasil, onde preside a II Assembleia Extraordinária da AMAC, realizada no auditório da prefeitura municipal. A programação oficial, que inclui temas como regularização fundiária, recursos da Funasa, municipalização de escolas e segurança na fronteira reúne autoridades estaduais e federais, como representantes do Incra, SPU, Funasa, Secretaria de Planejamento e Secretaria de Educação.

O evento segue o mesmo modelo adotado recentemente no Vale do Juruá, onde Bocalom também liderou uma série de encontros com prefeitos, secretários e lideranças locais sob o argumento de “debater pautas municipalistas”. As reuniões renderam ampla exposição política e consolidaram sua imagem como figura de articulação regional.

Apesar da aparência técnica, os encontros da AMAC têm se tornado importantes vitrines políticas. O prefeito de Rio Branco tem aproveitado as reuniões para fortalecer laços com prefeitos do interior, discursar sobre gestão e desenvolvimento e reforçar sua imagem como liderança estadual.

Aliados próximos admitem que Bocalom vem adotando uma postura “de candidato”, multiplicando aparições públicas e investindo em uma narrativa de gestor experiente e municipalista. Já adversários o acusam de fazer “pré-campanha disfarçada” usando a estrutura da associação e recursos públicos.

A movimentação ocorre num momento em que o cenário político acreano começa a se desenhar para as eleições de 2026, e o nome de Tião Bocalom aparece com frequência nas conversas sobre possíveis candidaturas ao governo.

Enquanto a AMAC anuncia novas pautas técnicas para os próximos encontros regionais, o tom político das agendas segue chamando atenção — e alimentando o debate sobre os limites entre o institucional e o eleitoral.

Nos bastidores, aliados comentam que Bocalom transformou as agendas da AMAC em um “roteiro de visibilidade”. O discurso é de gestor, mas o cronograma lembra o de um candidato em plena estrada. No ritmo em que vai, falta apenas o jingle. 

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