Em entrevista ao Folha do Acre, o prefeito afirmou de Rio Branco, Tião Bocalom, disse que o “futuro a Deus pertence”, mas lembrou derrota de 2010 na disputa ao governo e tem intensificado presença no interior por meio da Associação dos Municípios do Acre (AMAC), entidade a qual preside.
Bocalom não negou a possibilidade de disputar o governo do Estado em 2026. Em entrevista concedida ao jornalista Cherlivan Cavalcante, do Jornal Folha do Acre, durante agenda em Assis Brasil, o gestor disse apenas que “o futuro a Deus pertence”, mas admitiu que o tema tem sido recorrente nas conversas com eleitores.
Segundo Bocalom, “por onde anda”, tem ouvido principalmente dos mais velhos referências à eleição de 2010, quando perdeu o governo do Acre para o petista Tião Viana por apenas 2,64% dos votos de diferença, menos de 5 mil votos. “Onde eu passo, principalmente os mais velhos falam de 2010, eu ouço muito isso”, frisou.
Nos bastidores, o prefeito tem sido acusado de usar as agendas institucionais da AMAC como uma espécie de plataforma itinerante para manter contato político com prefeitos e lideranças do interior visando as eleições. A estratégia, segundo aliados e críticos, seria uma forma de fortalecer sua base regional antes do período eleitoral.
A movimentação de Bocalom, entretanto, tem provocado um racha dentro da direita acreana. Isso porque a vice-governadora Mailza Assis (PP) é apontada como a candidata natural do governador Gladson Cameli (PP) para a sucessão em 2026.
Enquanto o governador evita confrontos públicos, aliados já admitem que duas pré-candidaturas no mesmo grupo podem dividir a base e enfraquecer o campo conservador no estado.
A fala de Bocalom reacende um fantasma político que o acompanha há 15 anos: a derrota de 2010, quando chegou mais perto de ser eleito governador do Acre. Desde então, ele não esconde o desejo de “corrigir o destino”. Nos corredores da política, a frase “o futuro a Deus pertence” foi lida como um sim velado.