terça-feira, 14 outubro 2025

Ausência de representantes da prefeitura de Rio Branco gera revolta em audiência pública que expõe colapso do transporte coletivo

Redação Folha do Acre

A Câmara Municipal de Rio Branco realizou, na manhã desta segunda-feira, 13, uma audiência pública para discutir a grave situação do transporte coletivo na capital acreana. A reunião, proposta pelo vereador Eber Machado (MDB), buscava reunir representantes da Prefeitura, da RBTrans, do Ministério Público, da Defensoria Pública, de empresas do setor, sindicatos, trabalhadores e usuários do sistema — mas nenhum representante oficial da gestão municipal compareceu.

A ausência da Prefeitura foi duramente criticada por Eber Machado, que classificou o sistema de transporte como uma “máfia pública instalada” e atribuiu à administração municipal a responsabilidade pela crise. Segundo ele, mais de R$ 200 milhões já foram destinados ao setor nos últimos anos, sem transparência ou melhorias perceptíveis.

“Todos foram convidados: prefeito, Ministério Público, Defensoria, empresários, sindicatos… mas ninguém veio. Isso mostra o descaso com o transporte público e com a população. Nós estamos aqui cumprindo nosso papel. Já era para estarmos discutindo a modernização do sistema. Em vez disso, convivemos com ônibus quebrados, atrasos e caos”, declarou o vereador.

A audiência foi acompanhada por estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac) e representantes comunitários, que lotaram o plenário para relatar as dificuldades enfrentadas diariamente.

A estudante Vitória Bezerra de Castro, do curso de Biologia da Ufac, destacou que o transporte precário tem afetado o acesso à educação e à dignidade dos alunos.

“Transporte público é um direito básico. Sem ele, o estudante chega atrasado, chega com fome, perde aula. Isso não é só na universidade, mas também nas escolas públicas. Muitos trabalhadores saem de casa às 4h da manhã com medo de perder o emprego por causa de ônibus quebrado”, afirmou.

Segundo ela, os veículos quebram com frequência, os atrasos são constantes e falta informação sobre horários e rotas. “Temos grupos de WhatsApp só para descobrir onde está o ônibus, porque nem isso é certo”, relatou a estudante.

Diante da ausência da Prefeitura e da RBTrans — cujo superintendente, Clendes Vilas Boas, também não compareceu —, os participantes anunciaram uma mobilização popular para a próxima segunda-feira, 20 de outubro, em frente ao Terminal Urbano de Rio Branco, a partir das 8h, como forma de pressionar o poder público por respostas concretas.

“Estamos cansados de esperar respostas que não vêm. A cidade está parada, e o transporte coletivo é uma vergonha. Vamos às ruas mostrar que esse problema precisa ser resolvido com urgência”, declarou um representante da União de Moradores de Rio Branco (UMARB).

Ao final da audiência, ficou decidido que será elaborado um documento oficial com as principais demandas e denúncias apresentadas, que será encaminhado à Prefeitura de Rio Branco, ao Ministério Público do Acre, à Defensoria Pública, à RBTrans e à própria Câmara Municipal.

O documento pedirá providências imediatas sobre a crise no transporte coletivo e a abertura das contas públicas do sistema, a fim de garantir transparência e fiscalização dos recursos destinados ao setor.

Deseja que eu inclua um parágrafo final com a posição oficial da Prefeitura ou da RBTrans, caso haja manifestação posterior (por exemplo, nota enviada à imprensa)? Isso deixaria a matéria pronta para atualização.

Com informações do Notícias da Hora.

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