A cidade de Boa Vista (RR) foi palco, no último sábado, 18, da Copa Norte de Halterofilismo Paralímpico, competição que reuniu atletas com deficiência de todos os estados da Região Norte. Representando o Acre, os atletas Francimar da Silva Del Águila e Adriano Alcântara conquistaram medalhas de prata, garantindo a segunda colocação em suas respectivas categorias.
Ambos os competidores integram o Centro de Referência Paralímpico Brasileiro na Universidade Federal do Acre (Ufac), sob orientação do professor Joy Braga Cavalcanti, responsável pelo halterofilismo paralímpico no estado. A competição teve um dia de provas intensas, com disputas que se estenderam por cerca de quatro horas em cada categoria.
O atleta Adriano Alcântara, que tem paralisia cerebral, conquistou o segundo lugar na categoria até 59 quilos, após realizar três levantamentos perfeitos — 60 kg, 65 kg e 70 kg —, sendo este último o que lhe garantiu a medalha de prata.
“É uma coisa que eu gosto muito de praticar. Quero evoluir a cada dia mais e agradecer a Deus e aos meus professores por todo o apoio. É muito bacana, é top demais”, disse Adriano.
Já Francimar Del Águila, que pesa 94,6 kg e disputou na categoria até 97 kg, também alcançou o segundo lugar em sua primeira participação em um campeonato oficial.
“Treinei apenas quatro meses e já consegui esse resultado. Agradeço a Deus e aos meus treinadores, especialmente o professor Joy e o Júnior [professor de força e bolsista no Centro Paralímpico], pelo trabalho técnico e de força. Agora, a expectativa é pelo ouro, e o meu sonho é chegar à seleção brasileira”, afirmou o atleta.
O professor Joy Braga Cavalcante, que atua no Centro de Referência Paralímpico da Ufac por meio de um acordo de cooperação com o Instituto Federal do Acre (Ifac), destacou a importância da Copa Norte como etapa preparatória para competições nacionais.
“Esses eventos são fundamentais para dar experiência aos nossos atletas e ajustar o planejamento de treinos. Nosso objetivo é colocar atletas acreanos na seleção brasileira nos próximos dois anos”, explicou o treinador.
Joy também ressaltou a relevância do apoio institucional e a necessidade de novas parcerias para fortalecer o paradesporto no Acre.
“Contamos com o apoio do Governo do Estado, por meio do governador Gladson Cameli e da Secretaria de Esportes, que garantem o deslocamento dos atletas. Mas precisamos que a iniciativa privada também entre como parceira, ajudando com uniformes, suplementação e apoio financeiro. Quem investe no paradesporto, investe na transformação social”, destacou Cavalcante.
A equipe acreana volta agora o foco para o próximo desafio: uma competição nacional de halterofilismo paralímpico, prevista para fevereiro de 2025, onde os atletas buscarão subir ainda mais no ranking brasileiro.