Espetáculos de Boa Vista (RR) e Manaus (AM) valorizam a ancestralidade e a diversidade cultural
O Sesc Amazônia das Artes se despede de Rio Branco (AC), neste domingo (5/10), com os espetáculos “Gotas de Saberes”, da Cia Arteatro (RR), e “Abayomi: A Resposta Está na Ancestralidade”, da Odu Companhia de Dança (MA). Por meio do teatro e da dança, a programação destaca as tradições dos povos originários e das religiões de matriz africana para contar histórias de resistência. A entrada é gratuita.
A primeira atração será “Gotas de Saberes”, às 18h, no Theatro Hélio Melo, no Centro. Inspirada em histórias do povo Makuxi, a montagem foi criada a partir das vivências dos atores Anderson Nascimento, Márcio Sergino e Silmara Costa. A encenação reúne três narrativas tradicionais: a corrida entre o jabuti e a onça, o duelo de olhares entre o camarão e a onça e a origem dos timbós.
Os relatos, pouco conhecidos no país, são preservados há gerações nos quintais e terreiros de Roraima (RR). Com direção de Márcio Marciano, o espetáculo reafirma o compromisso com suas raízes amazônicas. Fundada em 1993, a Cia Arteatro utiliza o teatro como ferramenta educativa e de transformação social. Também mantém o espaço Usina Cultura, em Boa Vista, voltado à formação artística e à difusão de produções autorais.
Na sequência, às 20h, o Teatro de Arena do Sesc Centro recebe “Abayomi: a resposta está na ancestralidade”. A obra da Odu Companhia de Dança propõe uma reflexão sobre pertencimento e identidade, por meio da dança contemporânea e de elementos da cultura popular maranhense.
Inspirada nas entidades encantadas Ita e Jurema, cultuadas em terreiros afro-brasileiros, a apresentação é conduzida pelas artistas Rebeca Carneiro e Andressa Brandão.
Com duração de 40 minutos, o espetáculo mescla o sotaque da Baixada, do Bumba Meu Boi, com movimentos da dança tradicional e espiritualidade. Segundo as intérpretes, a proposta é valorizar as identidades caboclas e manter vivas as expressões culturais ancestrais do país.
A Odu Companhia de Dança, sediada no Maranhão (MA), tem como missão dar visibilidade a narrativas silenciadas por meio do corpo. O nome do grupo remete aos odus, símbolos que representam caminhos e saberes dos povos africanos, e orienta a criação artística com base em referências não eurocêntricas.
Durante seis dias, o Sesc Amazônia das Artes reuniu artistas de dez estados da Amazônia Legal, promovendo intercâmbio cultural e fortalecendo a produção artística regional. Com entrada gratuita, a edição de 2025 termina neste domingo, deixando como legado a valorização da memória, da identidade e das expressões culturais amazônicas.