Durante participação no FolhaCast, podcast da Folha do Acre, nesta quinta-feira, 30, o senador Alan Rick destacou que o Acre ocupa o penúltimo lugar do Brasil em saneamento básico, com apenas 47% das famílias tendo acesso à água tratada. O parlamentar defendeu investimentos urgentes em abastecimento, esgoto e tratamento de resíduos sólidos, ressaltando que a falta de estrutura impacta diretamente a saúde da população.
“O saneamento é uma pauta importantíssima. O Acre está em penúltimo lugar do país. Só 47% das famílias têm acesso à água tratada em casa, e o atendimento está cada vez mais precarizado, com falta de água na cidade inteira”, afirmou o senador.
Alan Rick destacou que tem visitado municípios do interior para ajudar na construção de sistemas de abastecimento, em parceria com as prefeituras.
“Em Porto Walter, já fizemos três sistemas. Estamos construindo seis em Marechal Thaumaturgo e vamos fazer mais três em Santa Rosa do Purus. Aqui em Rio Branco, há um projeto lindo em Vila Verde, no final da Transacreana, para levar água potável diariamente às famílias”, explicou Rick.
O senador também criticou a visão política de que obras de saneamento “não dão voto”, ressaltando que água e esgoto tratados são fundamentais para a saúde pública.
“Durante muito tempo, se dizia que não valia a pena investir em esgoto ou tubulação porque era obra enterrada e não aparecia. Mas é isso que vai reduzir os índices de doenças como diarreia, dengue, Chikungunya e outras infecções causadas pela falta de saneamento”, disse Alan.
Além da falta de água tratada, Alan Rick alertou para a situação dos lixões espalhados pelo estado, que somam mais de 22 pontos de descarte irregular.
“O lixão contamina o solo, o lençol freático e gera diversos tipos de poluição. É um problema grave de saúde pública e os municípios já deveriam ter iniciado seus aterros sanitários desde agosto de 2024”, lembrou o parlamentar.
O parlamentar afirmou que já buscou apoio do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, citando a visita do ministro Valdez Góes, que apresentou experiências de saneamento bem-sucedidas implementadas no Amapá.
Alan Rick também mencionou conversas com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para conhecer o modelo de concessão da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e defendeu o uso de parcerias público-privadas (PPPs) como solução para o Acre.
“O saneamento completo do estado, com água tratada, redes novas, estações de tratamento, drenagem e manejo de resíduos sólidos, custaria cerca de R$ 6,5 bilhões. O Acre nunca terá recursos próprios para isso. Precisamos atrair o investimento privado, gerar emprego e movimentar a economia”, destacou o senador.
O senador lamentou a falta de união política entre os entes públicos e pediu cooperação para que o projeto avance. “Falta entendimento entre governo e prefeituras. Eu não tenho problema nenhum em trabalhar junto, mas parece que a contaminação da eleição de 2026 já chegou, e ninguém quer dar as mãos porque foi o Alan que começou o projeto”, concluiu.

