O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela um panorama atualizado sobre a presença e a diversidade dos povos indígenas no Acre. Os dados mostram crescimento significativo no número de etnias declaradas, ampliação do uso de línguas indígenas e forte presença populacional em Terras Indígenas.
Entre 2010 e 2022, o número de etnias indígenas declaradas no Acre passou de 57 para 80, um aumento de 40,3%. Dentro das Terras Indígenas, o número também cresceu, de 20 para 21 etnias. No Brasil, a diversidade étnica também aumentou, de 305 para 391 grupos reconhecidos nesse mesmo período.
O levantamento aponta que 98,56% da população indígena do Acre vive em Terras Indígenas, o que representa 343 pessoas incluídas entre 2010 e 2022. Em comparação, o percentual nacional é de 71,97%, totalizando 28.542 pessoas indígenas vivendo em Terras Indígenas no país.
Entre os povos de maior representatividade no estado estão os Kaxinawá e os Arara do Acre (Arara Shawãdawa). Os Kaxinawá somam 13.929 pessoas no Acre, compondo a maior parte dos 14.412 integrantes dessa etnia registrados no Brasil. Já o povo Arara do Acre reúne 1.640 pessoas, sendo 208 delas com 2 anos ou mais que falam a língua tradicional.
Outro destaque está no número de línguas indígenas declaradas, em 2010, eram apenas 10 no Acre; em 2022, o número saltou para 41, um crescimento de mais de 300%. A idade mediana dos falantes de línguas indígenas no estado é de 17 anos, o que demonstra a forte presença da língua entre os jovens.
O Acre também aparece entre os sete estados brasileiros onde mais da metade das pessoas indígenas de 2 a 19 anos falam línguas nativas, com 55,18% dessa faixa etária mantendo viva a comunicação tradicional.