terça-feira, 21 outubro 2025

Acre corre risco de isolamento do Pacífico devido péssimas condições da BR-317

Redação Folha do Acre

Durante um evento promovido pela Associação dos Municípios do Acre (Amac), nesta sexta-feira (17), prefeitos e autoridades puderam constatar a grave situação da BR-317, conhecida como Estrada do Pacífico. A rodovia, que liga Brasiléia a Assis Brasil, é considerada um dos principais corredores de integração entre o Brasil, o Peru e países da Ásia, mas enfrenta graves problemas estruturais.

Dos 110 quilômetros de extensão entre os dois municípios, cerca de 40 km apresentam trechos críticos, exigindo atenção redobrada de motoristas, taxistas e caminhoneiros que utilizam a via diariamente. O cenário preocupa, sobretudo, empresas bolivianas e peruanas que dependem da estrada para exportar produtos ao Brasil, além da empresa Trans Acreana, que faz a maior viagem de ônibus do mundo, ligando o Brasil ao Peru (São Paulo/Lima), que utiliza a Estrada do Pacífico.

Apesar das promessas de fortalecimento das relações comerciais entre o Brasil e o Peru por meio do Acre, a falta de investimentos federais em infraestrutura tem sido um obstáculo ao desenvolvimento regional. Segundo relatos, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) atua de forma limitada, com recursos escassos, realizando apenas serviços pontuais de tapa-buracos e manutenção emergencial.

Com a aproximação do inverno amazônico, período de intensas chuvas, moradores e motoristas temem o isolamento da região e o encarecimento de produtos essenciais, como alimentos e combustíveis. O trecho, que antes podia ser percorrido em cerca de uma hora, agora demanda quase o dobro do tempo devido às más condições de tráfego.

A reportagem tentou contato com representantes do Dnit e da empresa responsável pelas obras na rodovia, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

Informações O Alto Acre

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